Covid-19: cerca de 18% da população já tomou a primeira dose da vacina e 9% a segunda
Ao todo, mais de 58 milhões doses foram administradas no país
Por Rafaela Gonçalves | Da Agência Brasil 61
(Foto: Agência Brasil)
O Ministério da Saúde começou a distribuir na madrugada desta terça-feira (18), mais 6,4 milhões de doses de imunizantes |
O Brasil aplicou a primeira dose de vacinas contra a Covid-19 em cerca de 39 milhões de pessoas até esta terça-feira (18). Dessas, 19,3 milhões já receberam a segunda dose, concluindo a etapa de imunização. Ao todo, mais de 58 milhões doses foram administradas no país. Os dados são das plataformas coronavirusbra1 e covid19br, que compilam os números divulgados pelas secretarias estaduais de Saúde.
O número de vacinados com uma dose equivale a pelo menos 18% da população, segundo a projeção para 2021 de habitantes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os que receberam as duas doses foram 9%.
O secretário executivo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, avalia que mesmo com as dificuldades logísticas a vacinação no Brasil está caminhando bem. “A vacina chega no município e imediatamente é aplicada, os gestores estão fazendo um grande esforço, vacinando a partir do momento que recebem a vacina no seu território, usando sábado, domingo, feriado, para que possamos imunizar o maior número de pessoas possíveis”, disse.
As vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil são a CoronaVac, Oxford-AstraZeneca e a da Pfizer. Todas requerem duas doses para uma imunização eficaz. A falta de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) necessário para a produção da CoronaVac e da vacina da AstraZeneca/Oxford deve gerar um certo atraso no cronograma de vacinação no país nas próximas semanas.
Em relação ao ritmo da vacinação, o epidemiologista da Sala de Situação da Universidade de Brasília (UnB), Mauro Sanchez, considera que ainda está um pouco aquém do esperado. “Com o aumento da capacidade nacional de envase e produção, esperamos uma aceleração no ritmo de vacinação, um aumento mais rápido da cobertura para a população como um todo, o que vai levar a solução do problema e minimização dos danos do vírus”, afirmou.
O epidemiologista destacou ainda que as medidas não farmacológicas não são suficientes para este estágio da pandemia. “A importância da vacinação para conter o coronavírus é central, porque só com a vacinação vamos conseguir construir uma imunidade coletiva em um nível que possibilite a redução da intensidade de transmissão do vírus”, concluiu.
No ranking de vacinação por estados, São Paulo lidera a lista com 14,7 milhões de doses aplicadas. O estado deu o pontapé inicial da imunização no país logo após a aprovação do uso emergencial da vacina do Instituto Butantan pela Anvisa, no dia 17 de janeiro. Nesta semana foi retomada a vacinação de grávidas e puérperas, que havia sido interrompida, e começou a vacinação de motoristas e cobradores do transporte público.
A partir deste sábado (21) o governo paulista também vai incluir no grupo prioritário pessoas com comorbidades e com deficiência permanente que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), com idades de 45 a 49 anos. “Quando olhamos para o esquema vacinal com dose 1 e dose 2 aplicada, o estado também é o primeiro que mais vacina e completa seu esquema vacinal em todo o Brasil”, destacou a coordenadora geral do programa estadual de imunização, Regiane de Paula.
Em contrapartida, Roraima é o estado brasileiro com o ritmo de vacinação mais lento. Localizado no norte do país, o estado tem cerca de 631 mil habitantes e até o momento só foram aplicadas cerca de 120 mil doses do imunizante. O estado também é o que menos recebeu vacinas, isso porque a distribuição de vacinas aos estados aconteceu de forma proporcional a quantidade de habitantes.
A Secretaria de Estado de Saúde reforçou que vem seguindo integralmente o Plano Nacional de Imunização. “O estado tem feito a sua parte e realizado de forma rápida, organizada e segura a distribuição das vacinas, bem como mantido contato com o governo federal para que Roraima receba mais vacinas para que os públicos-alvo possam ser ampliados e um maior número de pessoas alcançadas”, disse em nota.
Distribuição de novas doses
O Ministério da Saúde começou a distribuir na madrugada desta terça-feira (18), mais 6,4 milhões de doses de imunizantes, sendo 4,7 milhões da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz; 1,08 milhão da CoronaVac/Butantan; e 647 mil doses da vacina da Pfizer/BioNTech.
Nessa distribuição, as doses do Butantan são destinadas à aplicação da segunda dose, de acordo com as solicitações apresentadas por 12 estados. Outras 15 Unidades Federativas que não possuíam mais pendências para conclusão do esquema vacinal da CoronaVac serão atendidas com doses da AstraZeneca/Fiocruz para compensação.
Já as vacinas da Pfizer serão destinadas para a primeira dose de pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas com comorbidades, e pessoas com deficiência permanente, enquanto o novo lote da vacina da Fiocruz será destinado para a segunda dose de idosos entre 60 e 69 anos.
Segundo a pasta, a estratégia de distribuição é revisada semanalmente em reuniões entre União, estados e municípios, observando as confirmações do cronograma de entregas por parte dos laboratórios. O objetivo é garantir a cobertura do esquema vacinal no tempo recomendado de cada imunizante, que é de 4 semanas para a vacina do Butantan e 12 semanas para a da Fiocruz e da Pfizer.
O Brasil possui ainda 42,5 milhões de doses de vacinas acordadas com o consórcio Covax Facility, coordenado pela Aliança Global de Vacinas (Gavi) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para facilitar o acesso de imunizantes contra a Covid-19 em todo o mundo. Com o pedido de antecipação realizado pelo Ministério da Saúde, o país deve receber 4 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca/Oxford até o final deste mês de maio.
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