Em casos mais graves o tratamento pode envolver a colocação de prótese para garantir uma boa recuperação e evitar possíveis complicações ou necessidade de novas cirurgias
(Foto: divulgação)
Os traumas que envolvem a região superior do ombro são bastante comuns na terceira idade |
Fraqueza muscular, diminuição do equilíbrio, degeneração cognitiva, sedativos e ambientes inseguros, são algumas das causas de quedas em idosos. De acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, estima-se que um em cada vinte idosos que sofram uma queda, sejam acometidos com uma fratura ou necessitem de internação. Os traumas que envolvem a região superior do ombro, por exemplo, são bastante comuns na terceira idade e podem acontecer a partir de uma queda leve, principalmente pelo fato do idoso ter uma saúde óssea menos resistente, em decorrência da osteoporose.
Apesar de frequente, dependendo do grau da fratura, o tratamento pode variar desde métodos conservadores até procedimentos cirúrgicos, incluindo a colocação de próteses em alguns casos. Segundo o ortopedista e traumatologista do Hospital Santa Cruz, Dr. Carlos Ramos, o tratamento das fraturas deve ser diferenciado de acordo com a idade e o perfil de cada paciente.
“Em pessoas jovens, por exemplo, o tratamento cirúrgico, quando indicado, sempre que possível temos como objetivo reconstruir a anatomia original do úmero, com a fixação através implantes metálicos. Já em idosos, nem sempre isto é possível, devido à osteoporose ou outra doença que comprometa a densidade óssea, principalmente nas fraturas multifragmentadas, em que várias partes ósseas são desviadas”, explica. O ortopedista ainda ressalta que, nas pessoas com idade avançada, a reconstrução das fraturas mais complexas pode ser difícil, com maiores chances de complicações, como perda da fixação ou necrose avascular e portanto, o tratamento inicial com prótese é mais indicado.
A prótese aparece como boa opção para a terceira idade em função da sua recuperação mais rápida e pela durabilidade que varia, em média, de 10 a 15 anos, o que diminui as chances do idoso precisar de uma nova cirurgia. Já em pacientes mais jovens, a prótese só é colocada quando a fratura é mais complexa e não há possibilidade de restituir a anatomia normal, especialmente da cabeça umeral – área coberta de cartilagem que se articula com a escápula.
Recuperação
Considerada uma lesão delicada, as fraturas de ombro exigem disciplina para a recuperação completa, uma vez que estão localizadas em uma articulação de grande mobilidade. Por isso, uma vantagem percebida na prótese para idosos se dá em virtude do menor tempo de reabilitação. Enquanto os procedimentos cirúrgicos que restauram a estrutura óssea levam em torno de seis semanas para consolidação do osso, na prótese a recuperação da fase de proteção ocorre entre duas a três semanas.
De acordo com o Dr. Carlos Ramos, na fase de cicatrização, em que acontece a consolidação óssea, é preciso proteger o ombro por completo, utilizando uma tipoia para sustentar e imobilizar a fratura, permitindo-se mobilização imediata apenas do cotovelo e mãos. “Após esse período, liberamos o paciente à fisioterapia, onde fará os primeiros exercícios de reabilitação dos movimentos e, com o tempo, ganho de força muscular. Exercícios mais intensos, como na academia, são liberados apenas 2 a 3 meses depois, dependendo da avaliação e liberação médica. Lembrando também que em pacientes submetidos à colocação da prótese, algumas restrições de esforço devem ser seguidas, como excesso de peso, atividades e certos exercícios de maior impacto, sob o risco de soltura precoce da prótese”, afirma o ortopedista.
Fonte: Grupo Excom Comunicação
Nenhum comentário
Fale com a redação: contato@portaltelenoticias.com