Cientistas assinam uma declaração com estratégia para atingir "imunidade em massa" do COVID-19
Os autores se referem a "Proteção Focalizada" baseada nos níveis de risco ao invés do lockdown
Por Thais Barreto
(Foto: Taleed Brown / Wikimedia Commons)
Da esquerda para a direita: Martin Kulldorff, Sunetra Gupta e Jay Bhattacharya no American Institute for Economic Research, Great Barrington, Massachusetts, EUA |
“A vida pode voltar ao normal se nós fizermos um comum acordo para alcançar imunidade em massa”, afirma a cientista da Universidade de Oxford Sunetra Gupta em artigo publicado no dia 7/10 no jornal britânico The Telegraph. Sunetra diz que já existe uma clareza de quem está em maior risco e defende “vamos isolá-los de serem prejudicados enquanto a maioria das pessoas pode voltar a conduzir suas vidas normalmente”.
Sunetra Gupta está entre os autores e signatários da “Declaração de Great Barrington” a qual argumenta que as políticas de isolamento estão produzindo efeitos devastadores em diversas áreas, incluindo a saúde pública em curto e longo prazo. Os cientistas também chamam atenção das consequências na saúde mental das pessoas e alto custo sobrecarrega especialmente os grupos desprivilegiados. O foco deve ser mais em criar uma espécie de "escudo" para os grupos de maior risco.
“As atuais políticas de confinamento estão a produzir efeitos devastadores na saúde pública a curto e longo prazo. Os resultados (para citar alguns) incluem taxas mais baixas de vacinação infantil, agravamento dos prognósticos das doenças cardiovasculares, menos exames oncológicos e deterioração da saúde mental – levando a um maior excesso de mortalidade nos próximos anos, com a classe trabalhadora e os membros mais jovens da sociedade a carregar um fardo mais pesado. Manter os alunos fora da escola é uma grave injustiça”, diz a declaração.
Fica claro que o isolamento está mais causando caos do que contribuindo para erradicar o vírus. A declaração tem opositores que defendem a continuação do isolamento mesmo com todos os efeitos negativos. Sunetra Gupta elaborou a declaração junto a outros destacados cientistas Martin Kulldorff da Universidade de Havard e Jay Bhattacharya da Universidade de Stanford. O documento está publicado em site próprio e disponível para mais adesões. Atualmente em torno de 9.120 cientistas de medicina e saúde pública, 23.543 médicos e 415,516 cidadãos interessados já assinaram o documento.
Em entrevista à revista Jacobin, Martin Kulldorff e outra epidemiologista de Harvard Katherine Yih discutem diferentes aspectos das graves consequências. “Confinamentos tem sido vastamente injustos em seus impactos e excederam disparidades em saúde e poder. Milhões de pessoas da classe trabalhadora perderam seus trabalhos e está impossível encontrar novos trabalhos devido à economia fechada”, afirma Katherine.
Para alcançar a meta, Martin Kulldorff afirma que o processo “pode ser gerenciado de uma maneira em que mais pessoas vulneráveis são protegidas da infecção enquanto outras ajudam a população a atingir a imunidade em massa, assim minimizando o número de mortes”.
Cientistas assinam uma declaração com estratégia para atingir "imunidade em massa" do COVID-19
Reviewed by Redação
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10/13/2020 05:59:00 PM
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