Estudo da Sociedade Brasileira de Mastologia mostra que é baixa a sobrevida de mulheres com câncer de mama em estágio metastático
(Foto: Getty Images)
Gilda, personagem da atriz Heloísa Jorge na novela A Dona do Pedaço, realiza o autoexame e, em seguida, recebe o diagnóstico de câncer de mama. Devido ao tamanho e às características do tumor, ela terá que se submeter a uma mastectomia (cirurgia para retirada de uma ou das duas mamas). Infelizmente, este caso se repete muito entre mulheres brasileiras diagnosticadas com câncer de mama – em média 60% dos casos que chegam aos consultórios são avançados, principalmente nos atendimentos feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Outro dado alarmante é que é relativamente baixa a sobrevida de mulheres tratadas pelo SUS diagnosticadas com câncer de mama em estágio metastático (quando o tumor se espalhou para outras partes do corpo). Esta é a conclusão de um estudo coordenado por pesquisadores da Sociedade Brasileira de Mastologia. Neste cenário, fica clara a necessidade de ampliar o diagnóstico precoce da doença e o acesso aos tratamentos mais avançados.
(Imagem: reprodução / TV Globo)
De acordo com Leonardo Ribeiro Soares, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia e coordenador do estudo, a sobrevida global em cinco e dez anos foi de 19,2% e 8,9%, respectivamente. Esses números são inferiores aos observados em centros especializados no Brasil e em países desenvolvidos, como é o caso da França, cuja sobrevida em cinco anos é de aproximadamente 30%.
Segundo o mastologista, a pesquisa foi realizada com 277 mulheres diagnosticadas com câncer de mama metastático entre 1995 e 2011, em Goiânia (GO). As mulheres atendidas pelo sistema privado apresentaram um ganho de 7,5 meses de sobrevida em relação às usuárias do sistema público. “Entre as principais características da população do SUS, destaca-se o predomínio de tumores grandes e com acometimento em linfonodos axilares, que pode ser justificado pela dificuldade de acesso ao diagnóstico”, afirma Soares.
Para o médico, o acesso à assistência privada de saúde foi o principal fator prognóstico para a sobrevida global dessas mulheres. “Destaco ainda que cerca de 90% das pacientes receberam quimioterapia em primeira linha da terapia sistêmica, independente do subtipo tumoral, o que não está em conformidade com os protocolos mais recentes”, esclarece Soares, acrescentando que este é o primeiro estudo de base populacional abordando a sobrevida global de mulheres com câncer de mama metastático no Brasil.
Casos avançados
Na tentativa de reduzir os casos avançados, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) reforça que o autoexame é importante para o conhecimento do próprio corpo, mas não é capaz de identificar lesões pré-malignas, lesões muito pequenas, antes de se tornarem câncer, propriamente dito, ou seja, não consegue descobrir as lesões quando elas podem ser tratadas mais facilmente.
Por isso, a SBM recomenda que toda mulher faça a mamografia anualmente a partir dos 40 anos, já que este exame é capaz de identificar microcalcificações que podem representar o sinal mais precoce de malignidade ou nódulos menores de 1 cm, que não são possíveis de palpar clinicamente. É também a melhor forma de diagnóstico precoce, já que quanto antes detectada a doença as chances de cura podem chegar a 95%.
Fonte: Contextual Comunicação
(Foto: Getty Images)
Em média, 60% dos casos de câncer de mama que chegam aos consultórios são avançados, principalmente nos atendimentos feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) |
Outro dado alarmante é que é relativamente baixa a sobrevida de mulheres tratadas pelo SUS diagnosticadas com câncer de mama em estágio metastático (quando o tumor se espalhou para outras partes do corpo). Esta é a conclusão de um estudo coordenado por pesquisadores da Sociedade Brasileira de Mastologia. Neste cenário, fica clara a necessidade de ampliar o diagnóstico precoce da doença e o acesso aos tratamentos mais avançados.
(Imagem: reprodução / TV Globo)
A personagem Gilda, da novela A Dona do Pedaço, terá que fazer uma mastectomia por conta do câncer de mama avançado |
Segundo o mastologista, a pesquisa foi realizada com 277 mulheres diagnosticadas com câncer de mama metastático entre 1995 e 2011, em Goiânia (GO). As mulheres atendidas pelo sistema privado apresentaram um ganho de 7,5 meses de sobrevida em relação às usuárias do sistema público. “Entre as principais características da população do SUS, destaca-se o predomínio de tumores grandes e com acometimento em linfonodos axilares, que pode ser justificado pela dificuldade de acesso ao diagnóstico”, afirma Soares.
Para o médico, o acesso à assistência privada de saúde foi o principal fator prognóstico para a sobrevida global dessas mulheres. “Destaco ainda que cerca de 90% das pacientes receberam quimioterapia em primeira linha da terapia sistêmica, independente do subtipo tumoral, o que não está em conformidade com os protocolos mais recentes”, esclarece Soares, acrescentando que este é o primeiro estudo de base populacional abordando a sobrevida global de mulheres com câncer de mama metastático no Brasil.
Casos avançados
Na tentativa de reduzir os casos avançados, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) reforça que o autoexame é importante para o conhecimento do próprio corpo, mas não é capaz de identificar lesões pré-malignas, lesões muito pequenas, antes de se tornarem câncer, propriamente dito, ou seja, não consegue descobrir as lesões quando elas podem ser tratadas mais facilmente.
Por isso, a SBM recomenda que toda mulher faça a mamografia anualmente a partir dos 40 anos, já que este exame é capaz de identificar microcalcificações que podem representar o sinal mais precoce de malignidade ou nódulos menores de 1 cm, que não são possíveis de palpar clinicamente. É também a melhor forma de diagnóstico precoce, já que quanto antes detectada a doença as chances de cura podem chegar a 95%.
Fonte: Contextual Comunicação
Câncer de mama: o perigo do diagnóstico tardio
Reviewed by Redação
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6/10/2019 03:21:00 PM
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