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Comunidade internacional repercute dia de violência na Venezuela

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Mais cedo, imagens de TV mostraram veículos militares atropelando um grupo de pessoas

Por Alex Rodrigues | Repórter da Agência Brasil* em Brasília

(Imagem: reprodução / Globo News)
Imagens mostraram blindados atropelando manifestantes pró Guaidó em Caracas
Representantes de governos de vários países acompanham, nesta terça-feira (30), a evolução dos protestos nas ruas de Caracas e outras cidades Venezuelana. Na América Latina, o governo do Uruguai, em nota emitida pelo Ministério das Relações Exteriores do país, afirmou que acompanha com preocupação a situação na Venezuela e "faz um chamado a todas as partes para que evitem ações que possam conduzir a uma escalada da violência com graves consequências, especialmente para a população civil".

A nota diz ainda que o país reitera seu "repúdio à violência e ao uso da força como instrumentos para dirimir conflitos e continuará empregando todos seus esforços, inclusive através dos diferentes âmbitos de diálogo regionais e internacionais, para contribuir a encontrar uma solução pacífica, mediante a negociação entre as partes".

A Colômbia pediu a realização de uma reunião de emergência do Grupo de Lima. "Faço um chamado a todos os países-membros do Grupo de Lima para que continuemos com nossa tarefa de apoio ao retorno da democracia e da liberdade à Venezuela e para definirmos de comum acordo uma reunião de emergência", manifestou o ministro do Exterior da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo.

O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, aparentemente apoiou a convocação de Guaidó, depois que o líder da oposição e presidente da Assembleia Nacional instou venezuelanos e militares a ajudar nos esforços para derrubar Maduro.

"A Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) deve proteger a Constituição e o povo venezuelano. Deve ficar ao lado da Assembleia Nacional e das instituições legítimas e contra a usurpação da democracia. Os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela", escreveu Bolton.

Já o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, disse que aprova o apoio de militares da Venezuela ao autoproclamado presidente interino Guaidó. "Parabenizamos o apoio dos militares à Constituição e ao presidente interino da Venezuela. É necessário o mais pleno apoio ao processo de transição democrática de forma pacífica", afirmou Almagro. Outros países sul-americanos, como Argentina, Chile e Peru, emitiram declarações semelhantes.

Europa

Na Europa, a ministra da Educação e porta-voz do governo espanhol, Isabel Celaá, afirmou que a Espanha não respalda nenhum “golpe militar” na Venezuela. De acordo com Celaá, Guaidó “representa uma alternativa” e é visto, pelo Poder Executivo espanhol, como “o representante legitimado para levar a cabo uma transformação na Venezuela”.

Ela disse ainda que o presidente espanhol Pedro Sánchez está acompanhando a situação no país e acredita na “necessidade de eleições democráticas” para que o país sul-americano supere o impasse político entre os que se opõem e os que apoiam a permanência do presidente Nicolás Maduro à frente do governo. “Há movimentos militares cuja organização e desenlace o governo espanhol desconhece. Sabemos apenas que o [autodeclarado] presidente Juan Guaidó e o líder opositor Leopoldo López se encontram juntos, a salvo, na base aérea La Carlota, no centro de Caracas”, comentou Celaá, referindo-se ao líder oposicionista Leopoldo López.

Condenado a 13 anos e nove meses de prisão domiciliar em setembro de 2015, López foi liberado hoje por militares, graças a um indulto presidencial concedido pelo presidente da Assembleia Nacional e autodeclarado presidente interino, o deputado venezuelano Juan Guaidó.

“Queremos reiterar o que sempre dissemos sobre a situação. Desejamos com todas as nossas forças que não se produza um derramamento de sangue. Apoiamos um processo democrático pacífico. Apostamos na celebração imediata de [um acordo para a realização de] eleições para a escolha de um novo presidente”, acrescentou a ministra e porta-voz do governo, garantindo que as representações diplomáticas estão mobilizadas para prestar todo o auxílio aos cidadãos espanhóis que residem na Venezuela. Em janeiro de 2018, 167.255 espanhóis residiam oficialmente na Venezuela.

Dia de confrontos

Na manhã desta terça-feira, o presidente da Assembleia Nacional, o deputado venezuelano e autodeclarado presidente interino Juan Guaidó divulgou uma mensagem afirmando ter obtido apoio de oficiais das Forças Armadas para tirar o presidente Nicolás Maduro do poder. No mesmo vídeo, Guaidó conclama a população a sair às ruas para se manifestar contra o governo. Guaidó batizou a ação de Operação Liberdade, para livrar o país do que classificou como “a usurpação” do poder pelo grupo de Maduro.

Por sua vez, o governo de Maduro também convocou a população, pelas redes sociais, para ir às ruas. A partir daí, milhares de venezuelanos contrários e favoráveis ao governo tomaram as ruas da capital, Caracas, e de outras cidades venezuelanas. Segundo sites de notícias do país, há relatos de confrontos entre manifestantes e forças de segurança. Imagens de TV exibem veículos militares tentando conter populares que tentam invadir uma base aérea, chegando mesmo a atropelar um grupo de pessoas.

*Colaborou a repórter da Agência Brasil, Marieta Cazarré. Com informações da Deutsche Welle.

Comunidade internacional repercute dia de violência na Venezuela Comunidade internacional repercute dia de violência na Venezuela Reviewed by Redação on 4/30/2019 04:29:00 PM Rating: 5

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