Artigo │ Por Ricardo Russo, Analista de Conservação do *WWF-Brasil
Há alguns anos, setores da política, da economia e da ciência mundial vêm se debruçando sobre a questão das severas alterações ambientais que ocorrem na Terra e acenam para um desastre ecológico nos próximos anos.
Já não se pode discutir se as mudanças climáticas geradas pela emissão de gás carbônico na atmosfera vão ou não acontecer, mas sim quais as providências que teremos de tomar para reduzir os efeitos do aquecimento global provocados por essas emissões sobre o nosso planeta.
A construção civil é uma das atividades humanas que mais consome recursos naturais. Estima-se que entre 40% e 75% dos recursos existentes são consumidos por esse setor no mundo. Só no Brasil, a construção gera cerca de 25% do total de resíduos da indústria e 60% do lixo sólido das cidades.
Em relação às emissões de carbono, a cadeia produtiva da construção também tem grande peso. Segundo a UNEP (United Nations Environment Programme), as edificações respondem por 40% do consumo global de energia e por até 30% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEEs) relacionadas ao consumo de energia.
Por outro lado, temos no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um déficit habitacional de 6,198 milhões de famílias vivendo em residências precárias ou improvisadas. E estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) estimam que são necessários investimentos da ordem de R$ 78 bilhões ao ano para promover políticas públicas sérias que ofereçam moradias dignas para a população.
Dessa forma, a construção civil terá que colocar em sua agenda as mudanças tanto no processo de concepção e implementação de edifícios, bem como na operação desses empreendimentos. A era do desperdício se encerrou.
Precisamos evoluir para construções mais limpas, que utilizem matérias-primas renováveis e materiais atóxicos e que, ao mesmo tempo, levem em consideração a gestão de resíduos e a eficiência no uso dos recursos naturais, água e energia, além da urgente redução de emissões de CO2.
A opção por sistemas construtivos em madeira, com destaque para aqueles com alta tecnologia embarcada, é a opção que mais responde a essas necessidades.
Além dessa capacidade de armazenar o carbono absorvido pela árvore, a madeira é o material com menor energia embutida. Segundo a pesquisadora Christine Laroca, a madeira serrada traz embutida em cada metro cúbico produzido, 350 KWH, ao passo que o cimento embute 1750 KWH por cada metro cúbico.
O gráfico abaixo, produzido pela Tecverde apresenta o comparativo de conservação de recursos naturais na comparação de uma obra em woodframe e uma construção em aço.
Dessa forma, é preciso romper o preconceito que foi criado em torno das construções de madeira e efetivamente especificar e pedir que seja especificada a madeira em obras públicas e privadas.
O WWF produziu uma série de cinco vídeos curtos que respondem, de forma geral, as principais questões sobre o uso da madeira na construção e que se encontram disponíveis em www.wwf.org.br/madeiraelegal.
O governo brasileiro apresentou em dezembro de 2008 o Plano Nacional sobre Mudança do Clima em cerimônia no Palácio do Planalto, que visa incentivar o desenvolvimento e aprimoramento de ações de mitigação no Brasil, colaborando com o esforço mundial de redução das emissões de gases de efeito estufa, bem como objetiva a criação de condições internas para lidar com os impactos das mudanças climáticas globais (adaptação).
Assumimos compromissos de redução de emissões nas últimas COP’s. A construção civil está no foco e pode dar mais soluções do que imagina; e a adoção de sistemas em madeira pode ser uma das respostas.
*Signatário do Programa Madeira é Legal, que objetiva promover o uso responsável da madeira na construção civil – entendendo que, desta forma, é possível contribuir para a conservação das florestas brasileiras e na mitigação de impactos das mudanças climáticas.
O Programa, que hoje conta com 26 signatários, é resultado de uma iniciativa de empresas e entidades do setor madeireiro e da construção civil, da sociedade civil e dos governos estaduais e municipais de São Paulo.
Há alguns anos, setores da política, da economia e da ciência mundial vêm se debruçando sobre a questão das severas alterações ambientais que ocorrem na Terra e acenam para um desastre ecológico nos próximos anos.
Já não se pode discutir se as mudanças climáticas geradas pela emissão de gás carbônico na atmosfera vão ou não acontecer, mas sim quais as providências que teremos de tomar para reduzir os efeitos do aquecimento global provocados por essas emissões sobre o nosso planeta.
A construção civil é uma das atividades humanas que mais consome recursos naturais. Estima-se que entre 40% e 75% dos recursos existentes são consumidos por esse setor no mundo. Só no Brasil, a construção gera cerca de 25% do total de resíduos da indústria e 60% do lixo sólido das cidades.
Em relação às emissões de carbono, a cadeia produtiva da construção também tem grande peso. Segundo a UNEP (United Nations Environment Programme), as edificações respondem por 40% do consumo global de energia e por até 30% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEEs) relacionadas ao consumo de energia.
Por outro lado, temos no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um déficit habitacional de 6,198 milhões de famílias vivendo em residências precárias ou improvisadas. E estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) estimam que são necessários investimentos da ordem de R$ 78 bilhões ao ano para promover políticas públicas sérias que ofereçam moradias dignas para a população.
Dessa forma, a construção civil terá que colocar em sua agenda as mudanças tanto no processo de concepção e implementação de edifícios, bem como na operação desses empreendimentos. A era do desperdício se encerrou.
Precisamos evoluir para construções mais limpas, que utilizem matérias-primas renováveis e materiais atóxicos e que, ao mesmo tempo, levem em consideração a gestão de resíduos e a eficiência no uso dos recursos naturais, água e energia, além da urgente redução de emissões de CO2.
A opção por sistemas construtivos em madeira, com destaque para aqueles com alta tecnologia embarcada, é a opção que mais responde a essas necessidades.
Além dessa capacidade de armazenar o carbono absorvido pela árvore, a madeira é o material com menor energia embutida. Segundo a pesquisadora Christine Laroca, a madeira serrada traz embutida em cada metro cúbico produzido, 350 KWH, ao passo que o cimento embute 1750 KWH por cada metro cúbico.
O gráfico abaixo, produzido pela Tecverde apresenta o comparativo de conservação de recursos naturais na comparação de uma obra em woodframe e uma construção em aço.
Dessa forma, é preciso romper o preconceito que foi criado em torno das construções de madeira e efetivamente especificar e pedir que seja especificada a madeira em obras públicas e privadas.
O WWF produziu uma série de cinco vídeos curtos que respondem, de forma geral, as principais questões sobre o uso da madeira na construção e que se encontram disponíveis em www.wwf.org.br/madeiraelegal.
O governo brasileiro apresentou em dezembro de 2008 o Plano Nacional sobre Mudança do Clima em cerimônia no Palácio do Planalto, que visa incentivar o desenvolvimento e aprimoramento de ações de mitigação no Brasil, colaborando com o esforço mundial de redução das emissões de gases de efeito estufa, bem como objetiva a criação de condições internas para lidar com os impactos das mudanças climáticas globais (adaptação).
Assumimos compromissos de redução de emissões nas últimas COP’s. A construção civil está no foco e pode dar mais soluções do que imagina; e a adoção de sistemas em madeira pode ser uma das respostas.
*Signatário do Programa Madeira é Legal, que objetiva promover o uso responsável da madeira na construção civil – entendendo que, desta forma, é possível contribuir para a conservação das florestas brasileiras e na mitigação de impactos das mudanças climáticas.
O Programa, que hoje conta com 26 signatários, é resultado de uma iniciativa de empresas e entidades do setor madeireiro e da construção civil, da sociedade civil e dos governos estaduais e municipais de São Paulo.
Construções em madeira e mudanças climáticas
Reviewed by Redação
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2/21/2017 03:56:00 PM
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