Nível dos reservatórios da Grande SP ultrapassa volume de antes da crise hídrica
Mesmo sem contar as reservas técnicas, a quantidade de água nas represas já supera a de março de 2014. Chuvas e economia do bônus puxam recuperação
Com as boas chuvas registradas nos últimos meses, o volume somado dos sistemas de abastecimento de água da Grande São Paulo ultrapassou o nível do início da crise hídrica, mesmo sem contar com as reservas técnicas. Ontem, dia 7 de março de 2016, o índice integral dos sistemas era de 39,95%, contra 6,23% em 7 de março de 2015 e 33,14% em 7 de março de 2014. Ou seja, sem contar as reservas técnicas, as represas têm hoje mais de 746 bilhões de litros atualmente, contra cerca de 116 bilhões há um ano e 619 bilhões dois anos atrás, quando começaram a ser sentidos os efeitos da maior seca dos últimos 85 anos.
Se for acrescentado o volume de 287,5 bilhões de litros das duas reservas técnicas do Cantareira e mais 40 bilhões de litros da ampliação do Alto Tietê, a Grande São Paulo tem hoje uma reserva total de aproximadamente, 1,074 trilhão de litros (57,5%), o que significa quase 43% a mais do que os 619 bilhões de litros (33,14%) de 7 de março de 2014.
O Sistema Cantareira, isoladamente, também demonstra números superiores aos anos anteriores, mesmo sem as reservas técnicas. São cerca de 282 bilhões de litros atualmente (28,7%), contra 155 bilhões de litros (15,8%) no início da crise hídrica. Essa elevação do nível do Cantareira vem sendo suportada pela afluência, que na última sexta-feira atingiu uma vazão de 182 m3/s. Isso significa que a entrada de água no Cantareira foi quase nove vezes maior do que a retirada, de 22,46 m3/s, entre as 7h da manhã do dia 3 de março e as 7h do dia 4 de março.
Adesão ao bônus se mantém
Os números mostram a recuperação dos mananciais da região graças às chuvas e também às ações realizadas pela Sabesp, como o programa de bônus e as obras de reforço à captação e produção de água. Em relação ao bônus, o índice de adesão da população ao uso racional de água permaneceu no patamar de 77% no mês de fevereiro de 2016, o mesmo de dezembro de 2015 e janeiro de 2016.
Dos 77% que reduziram o gasto de água em janeiro, 44% efetivamente ganharam o bônus, enquanto os demais 33% diminuíram o consumo, mas não o suficiente para receber o desconto na fatura da Sabesp. Considerando todos os clientes que receberam bônus no mês passado, 36% reduziram o consumo em mais de 20% (faixa de bonificação de 30%), 3% diminuíram o uso entre 15% e 20% (faixa de bônus de 20%) e outros 5% tiveram um gasto de água entre 10% e 15% menor e ganharam bônus de 10%.
O percentual de clientes que tiveram que pagar a tarifa de contingência também permaneceu o mesmo dos últimos dois meses, ficando em 23%. As regras da tarifa de contingência não mudaram. Destes 23% de clientes, 15% pagaram sobretaxa e outros oito pontos percentuais não receberam o ônus porque consumiram até o volume mínimo de 10 mil litros mensais.
O programa de bônus foi implantado em 1º de fevereiro de 2014 para os moradores atendidos pelo sistema Cantareira. A partir do dia 1º de fevereiro de 2016, o programa passou por mudanças, cuja atualização da regra para cálculo do bônus (não se aplica para a tarifa de contingência) consiste na adoção, para cada cliente, de um novo consumo médio de referência. Até agora, esse indicador correspondia à média de consumo no período entre fevereiro/2013 e janeiro/2014, que permanece para efeito de aplicação da multa. A nova média, para efeito de aplicação de bônus, é calculada pela multiplicação do antigo indicador por 0,78.
As demais condições e regras do programa estão mantidas, inclusive o escalonamento das faixas de bonificação de 10%, 20% e 30%. Isto é, quem reduz o consumo em 20% ou mais recebe desconto de 30%, entre 15% e 20% o desconto é de 20%, e entre 10% e 15% a redução chega a 10% na conta. A nova meta de consumo é informada na conta dos clientes. Sobre a permanência do programa de bônus e o ônus, a Sabesp e a Arsesp estão avaliando o momento oportuno de descontinuá-lo.
A economia de água feita pelos moradores atendidos pela Sabesp na Grande São Paulo fez com que a companhia deixasse de retirar no mês passado 5,2 mil litros por segundo das represas que abastecem a região. O volume economizado é suficiente para abastecer aproximadamente 1,65 milhão de pessoas, correspondente às populações somadas das cidades de Santos, Osasco e Santo André. Em todo o mês de fevereiro, a população poupou quase 13,5 bilhões de litros de água. Isso representa um volume quase igual à capacidade total do Sistema Alto Cotia, que é de 16,5 bilhões de litros.
Fonte: Sabesp
Nível dos reservatórios da Grande SP ultrapassa volume de antes da crise hídrica
Reviewed by Redação
on
3/08/2016 04:48:00 PM
Rating:
Nenhum comentário
Fale com a redação: contato@portaltelenoticias.com