Pesquisa realizada pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas aponta ausência de cuidados básicos de higiene e biossegurança
(Imagem: reprodução /TV Telenotícias)
Dos estabelecimentos pesquisados, 83% não solicitam à prefeitura coleta para resíduos sólidos de saúde |
O levantamento mapeou 71 estúdios, e serve como advertência às pessoas que procuram os serviços e os profissionais tatuadores e perfuradores corporais que fazem parte do principal grupo de risco de contaminação por hepatites virais. Dentre os profissionais pesquisados, apenas 35% estavam protegidos contra a hepatite B, isto é, tomaram as três doses da vacina necessárias para garantir a imunização contra o vírus.
A enfermeira Clementina Isihi, autora do estudo, afirma que 87% dos profissionais tinham conhecimento do risco de contrair hepatite trabalhando. “Eles sabiam do risco, mas mesmo assim não se preocupam com a saúde deles e nem a dos seus clientes. A vacina é o ponto de partida para a prevenção, mas o principal ímpeto está na falta de cuidado dentro dos estúdios” esclarece.
Notou-se também problemas na utilização da autoclave para esterilização dos materiais. Dos 78% que referiram o uso do aparelho, 64% prepararam de forma incorreta o material antes de alocá-lo no equipamento. “Notei que eles não lavavam o material antes de colocar na autoclave, e isso é um erro grave. O ideal é que o material utilizado fique no mínimo uma hora no equipamento a uma temperatura mínima de 170°C, mas muitos nem tinham o controle de temperatura no aparelho ou não respeitavam o tempo mínimo”, afirma a enfermeira.
(Imagem: reprodução /TV Telenotícias)
Apenas 42% dos tatuadores pesquisados tinham o curso de biossegurança |
O descarte do material utilizado nos estúdios é outro fator preocupante apontado pela pesquisa. Dos estabelecimentos pesquisados, 83% não solicitam à prefeitura coleta para resíduos sólidos de saúde. Quando isso acontece, todo o material vai parar no lixo comum, colocando em risco a saúde de lixeiros e catadores de materiais recicláveis.
“Apenas 42% dos pesquisados tinham o curso de biossegurança, isso significa que a maioria deles não tem noção básica de cuidados com materiais perfurantes, e colocam em risco não só a saúde deles, como a de toda comunidade”, explica Focaccia.
Segundo o especialista, as transmissões mais comuns em estúdios de tatuagem são de hepatite do tipo B e do tipo C. A contaminação da hepatite ocorre através do contato de uma agulha contaminada com a pele e pela reutilização de tinta.
A vacina que combate a hepatite B está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde), para pessoas com até 49 anos de idade. Os indivíduos pertencentes ao grupo de risco, como tatuadores, manicures, podólogos, bombeiros, gestantes, profissionais da saúde e portadores de doenças crônicas podem e devem tomar a vacina gratuitamente, independentemente da idade.
A fiscalização das condições dos estúdios de tatuagem na cidade de São Paulo é realizada pela Vigilância Sanitária Municipal.
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
Estúdios de tatuagem de SP colocam saúde de clientes em risco
Reviewed by Redação
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8/06/2013 12:42:00 PM
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