Portadores de sequelas de AVC podem ter tratamento gratuito

Toxina Botulínica tipo A é fornecida pelo SUS e planos de saúde e ajuda na recuperação do paciente

Por Igor Carvalho

(Foto: Getty Images)

A pressão alta é um fator de risco associado ao AVC, mas
pode ser controlada com medicamentos

Pacientes vítimas de AVC (Acidente Vascular Cerebral) - o popular derrame, que tenham ficado com sequelas motoras (espásticos), contam com um tratamento gratuito de primeira linha para melhorar sua qualidade de vida com a Toxina Botulínica tipo A (TBA) - utilizada como coadjuvante na recuperação de pacientes com disfunção muscular. O tratamento está atualmente disponível em vários hospitais, tanto públicos, quanto privados.

O derrame é responsável por 9% da mortalidade no Brasil, com cerca de 2 milhões de novos casos por ano. Os principais fatores de risco associados à incidência do AVC, que pode ser isquêmico (por privação de sangue) ou hemorrágico (por hemorragia intracraniana) são a hipertensão arterial e o diabetes.

Pelo menos 30% dos pacientes vítimas de AVC evoluirão com sequelas motoras significativas, que podem limitar a sua locomoção e atividades diárias, podendo também comprometer a sua higiene, causando dor e impactando a qualidade de vida do paciente, da sua família e seus cuidadores. A contratura muscular excessiva (paralisia espástica) é uma sequela comum nesses casos. Sabe-se que nos EUA, por exemplo, a doença afeta de 1,5% a 4% da população adulta do país, resultando em custos anuais de mais de 62 bilhões de dólares.

“A toxinabotulínica tipo A é uma medicação que pode ser utilizada para controlar os sintomas de doenças que causam contração muscular excessiva, tais como distonias (reações involuntárias que alteram o movimento ou a postura normal) ou casos de paralisia com rigidez muscular, como ocorre na maior parte dos acidentes vasculares cerebrais. Nesses casos, essa toxina é capaz de reduzir essas contrações anormais, melhorar muito os sintomas dos pacientes e promove mais qualidade de vida”, explica o Dr. Vitor Tumas, chefe do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP).

Se comparado aos métodos convencionais isolados, o uso dessa substância, combinado à fisioterapia intensiva, é mais eficaz e acelera a recuperação dos pacientes que têm disfunções musculares.