Artigo │ Dr. Arany Tunes
(Foto: divulgação)
O fim do ano está chegando e com ele as tradicionais festas, com muita fatura de comida e bebida – que nem sempre são exemplos de alimentação saudável. Mas mesmo em meio às alegrias das comemorações não se pode descuidar com a saúde da boca.
Além de provocar cáries, se não houver uma boa escovação e uso do fio dental, alimentos e bebidas também podem provocar mau hálito. E é sempre bom saber que o mau hálito provocado pelo que comemos e bebemos ocorre de maneiras distintas.
Por exemplo, com os alimentos muito gordurosos e ricos em proteína animal. Isso ocorre porque, durante o processo de digestão, compostos desses alimentos entram na corrente sanguínea e “escapam” no ar que expiramos deixando nosso hálito com cheiro de “manteiga rançosa”.
Além disso, uma alimentação extremamente rica em gorduras e proteínas também altera, depois de muitos anos, o tipo de bactérias que vivem em nossa boca. Ou seja, aumenta o número das bactérias chamadas de proteolíticas (que se “alimentam” de carne). O problema é que as células descamadas da nossa boca servem de alimento para essas bactérias, que liberam enxofre – que tem cheiro de ovo choco – deixando o hálito péssimo.
Mas há outros riscos. Dependendo do funcionamento do fígado da pessoa, por exemplo, alguns alimentos podem provocar mau hálito enquanto estão sendo digeridos. Geralmente, são alimentos, cujo efeito já é conhecido pela pessoa: sempre que come, ela já percebeu que o hálito fica com o cheiro da comida em questão até que o organismo elimine totalmente a refeição.
Como exemplo disso, podemos citar o alho, a cebola, a couve-flor, a couve de bruxelas, a alcachofra. Contra isso, não há remédios – quem sofre desse mal deve simplesmente evitar tais alimentos.
A boa notícia é que pessoas que costumam ter alimentação rica em vegetais têm menor possibilidade de desenvolver mau hálito. É que os vegetais são de fácil digestão, melhoram o trabalho intestinal, por serem ricos em fibras. E, ao longo dos anos, as bactérias que digerem proteínas diminuem na boca de quem come muitos vegetais. Isso evita que células descamadas “apodreçam” na nossa língua.
E não só comidas: bebidas alcoólicas também podem provocar mau hálito devido a vários motivos. Quando bebemos, todo o nosso metabolismo fica alterado. O álcool entra na circulação sangüínea e, quando ocorrem as trocas gasosas nos pulmões, sai pelo ar expirado, comprometendo o hálito.
Além disso, bebida alcoólica também provoca desidratação: ficamos com menos água em nosso organismo. E isso afeta a produção de saliva, que é feita basicamente de água. Desidratados, nossa saliva fica mais viscosa, facilitando com que células mortas, bactérias e restos alimentares se juntem na nossa língua, provocando mau cheiro.
E mais: o uso de bebidas destiladas – como cachaça e uísque – irrita as células que revestem a nossa boca, fazendo com que a descamação (a troca dessas células) aumente. Essas células mortas podem ficar aderidas na língua e ali “apodrecerem”, provocando odor desagradável.
Como se não bastasse, o consumo freqüente de qualquer tipo de bebida alcoólica também altera a flora do nosso intestino, aumentando a putrefação dos alimentos. Moléculas resultantes dessa putrefação são absorvidas pelo intestino e caem na circulação sangüínea. Ao chegarem nos pulmões elas são liberadas, deixando o hálito muito ruim.
Pesquisas recentes mostram que quase 70% das pessoas acima dos 65 anos tem mau hálito. E não apenas os idosos que sofrem com o problema: estima-se que pelo menos 30% da população brasileira – cerca de 50 milhões de brasileiros – também tem mau hálito crônico.
Além da questão dos alimentos, o mau hálito pode ter até 60 causas diferentes. Prisão de ventre, diabetes, queda na produção de saliva e doenças nas gengivas são algumas das causas mais freqüentes de mau hálito. Mas o problema também pode ser causado por doenças graves, como a leucemia, o câncer de estômago e a sífilis.
Por tudo isso, mesmo com todas as alegrias típicas dessa fase gostosa do ano, não podemos descuidar da saúde bucal. Para quem tem esse tipo de problema – o mau hálito – ou não quer se arriscar a desenvolvê-lo, a melhor pedida é sempre o consumo moderado de comida e bebida. Afinal, ninguém precisa desejar um feliz Natal e um próspero Ano novo a um amigo ou parente com aquele hálito de ano velho.
Para mais informações acesse: http://www.aranytunes.com.br/
(Foto: divulgação)
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| Dr. Arany Tunes é cirurgião-dentista e especialista no tratamento de halitose |
Além de provocar cáries, se não houver uma boa escovação e uso do fio dental, alimentos e bebidas também podem provocar mau hálito. E é sempre bom saber que o mau hálito provocado pelo que comemos e bebemos ocorre de maneiras distintas.
Por exemplo, com os alimentos muito gordurosos e ricos em proteína animal. Isso ocorre porque, durante o processo de digestão, compostos desses alimentos entram na corrente sanguínea e “escapam” no ar que expiramos deixando nosso hálito com cheiro de “manteiga rançosa”.
Além disso, uma alimentação extremamente rica em gorduras e proteínas também altera, depois de muitos anos, o tipo de bactérias que vivem em nossa boca. Ou seja, aumenta o número das bactérias chamadas de proteolíticas (que se “alimentam” de carne). O problema é que as células descamadas da nossa boca servem de alimento para essas bactérias, que liberam enxofre – que tem cheiro de ovo choco – deixando o hálito péssimo.
Mas há outros riscos. Dependendo do funcionamento do fígado da pessoa, por exemplo, alguns alimentos podem provocar mau hálito enquanto estão sendo digeridos. Geralmente, são alimentos, cujo efeito já é conhecido pela pessoa: sempre que come, ela já percebeu que o hálito fica com o cheiro da comida em questão até que o organismo elimine totalmente a refeição.
Como exemplo disso, podemos citar o alho, a cebola, a couve-flor, a couve de bruxelas, a alcachofra. Contra isso, não há remédios – quem sofre desse mal deve simplesmente evitar tais alimentos.
A boa notícia é que pessoas que costumam ter alimentação rica em vegetais têm menor possibilidade de desenvolver mau hálito. É que os vegetais são de fácil digestão, melhoram o trabalho intestinal, por serem ricos em fibras. E, ao longo dos anos, as bactérias que digerem proteínas diminuem na boca de quem come muitos vegetais. Isso evita que células descamadas “apodreçam” na nossa língua.
E não só comidas: bebidas alcoólicas também podem provocar mau hálito devido a vários motivos. Quando bebemos, todo o nosso metabolismo fica alterado. O álcool entra na circulação sangüínea e, quando ocorrem as trocas gasosas nos pulmões, sai pelo ar expirado, comprometendo o hálito.
Além disso, bebida alcoólica também provoca desidratação: ficamos com menos água em nosso organismo. E isso afeta a produção de saliva, que é feita basicamente de água. Desidratados, nossa saliva fica mais viscosa, facilitando com que células mortas, bactérias e restos alimentares se juntem na nossa língua, provocando mau cheiro.
E mais: o uso de bebidas destiladas – como cachaça e uísque – irrita as células que revestem a nossa boca, fazendo com que a descamação (a troca dessas células) aumente. Essas células mortas podem ficar aderidas na língua e ali “apodrecerem”, provocando odor desagradável.
Como se não bastasse, o consumo freqüente de qualquer tipo de bebida alcoólica também altera a flora do nosso intestino, aumentando a putrefação dos alimentos. Moléculas resultantes dessa putrefação são absorvidas pelo intestino e caem na circulação sangüínea. Ao chegarem nos pulmões elas são liberadas, deixando o hálito muito ruim.
Pesquisas recentes mostram que quase 70% das pessoas acima dos 65 anos tem mau hálito. E não apenas os idosos que sofrem com o problema: estima-se que pelo menos 30% da população brasileira – cerca de 50 milhões de brasileiros – também tem mau hálito crônico.
Além da questão dos alimentos, o mau hálito pode ter até 60 causas diferentes. Prisão de ventre, diabetes, queda na produção de saliva e doenças nas gengivas são algumas das causas mais freqüentes de mau hálito. Mas o problema também pode ser causado por doenças graves, como a leucemia, o câncer de estômago e a sífilis.
Por tudo isso, mesmo com todas as alegrias típicas dessa fase gostosa do ano, não podemos descuidar da saúde bucal. Para quem tem esse tipo de problema – o mau hálito – ou não quer se arriscar a desenvolvê-lo, a melhor pedida é sempre o consumo moderado de comida e bebida. Afinal, ninguém precisa desejar um feliz Natal e um próspero Ano novo a um amigo ou parente com aquele hálito de ano velho.
Para mais informações acesse: http://www.aranytunes.com.br/
Nas festas de fim de ano, cuidado com a saúde da boca!
Reviewed by Redação
on
12/21/2011 01:01:00 PM
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