Romário comenta temas polêmicos em entrevista à Playboy

O ex-craque e deputado federal fala sobre Copa do Mundo, comentaristas esportivos, traição e o dia-a-dia na câmara federal

Por Juliana Ramiro

(Foto: Marcelo Camargo)

Romário diz estar "amarradão" na política

Nos corredores da Câmara dos Deputados, o ex-jogador e atual deputado federal, Romário de Souza Faria tem fama de antipático –  “Esse negócio de ficar rindo pra todo mundo não é uma coisa minha. Entendeu ou não?”, explica. Mas recebeu com simpatia a editora da Playboy, Adriana Negreiros, para entrevista em um hotel em Brasília.

Tido como parlamentar sério e sem “rabo preso”, Romário é comprometido principalmente com três causas em seu mandato: Copa do Mundo, crianças carentes e pessoas com deficiência. Sua postura lhe rendeu o título de um dos melhores deputados de 2011 pelo site Congresso em Foco. “Eu não sabia que tinha esse dom para a política. Tô amarradão”, conta o ex-jogador.

Questionado sobre o preconceito quando ingressou na política, Romário diz que sofreu com a imprensa e com pessoas que já o conheciam. Ouviu muitas vezes que ele estava indo lá para ser mais um e que era uma celebridadezinha. Para esses, ele manda o seguinte recado: “O cara que vem dizer pra mim que eu sou uma celebridadezinha é um imbecil completo... Eu sou o Romário!”.

Quando o assunto é Copa do Mundo, o deputado revela que o país terá problemas em todos os sentidos, “Oito ou nove (estádios) não vão ficar 100% prontos. Vai ter uma maquiagem para receber o pessoal”. Romário ainda comenta sobre outras questões públicas, como transportes, mobilidade urbana e saúde, e nesta questão, conta um caso particular: “Um mês atrás meu tio morreu no chão de um hospital público do Rio de Janeiro porque não tinha mão de obra capacitada... não tinha aparelhagem, não tinha nada”.

Comentaristas de futebol também foram assunto durante a entrevista, e o ex-jogador foi categórico ao criticar a postura de alguns deles: “... quando eram jogadores, esses comentaristas só fizeram merda. Inclusive usavam drogas. Então essas pessoas não podem falar mal dos outros. Têm que olhar o seu rabo”. E ainda especificou a quem se referia: “... quem é o Casagrande para falar do Neymar? Tecnicamente, não tem condição... São caras que não jogaram porra nenhuma. Fizeram muitas coisas de errado, em todos os lugares, e agora querem dar uma de santinhos, ficam pichando os outros”.