Pacientes com câncer de pele terão tratamento gratuito com tecnologia nacional inovadora
Equipamento desenvolvido por empresa de São Carlos será fornecido a 100 centros médicos do país; programa realizado em parceria com a USP irá contemplar 8 mil portadores da doença
Por Thatiana Miloso
(Foto: reprodução EPTV/ TV Globo)
A cidade de São Carlos (230 km da Capital) se prepara para ser a protagonista de um projeto que poderá revolucionar o tratamento de uma das doenças com maior incidência em território nacional: o câncer de pele. Denominado “Terapia Fotodinâmica Brasil”, o programa é resultado de uma parceria entre o Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), o Hospital Amaral Carvalho (HAC) e as empresas MMOptics (MMO) e PDT Pharma. O objetivo é disponibilizar a tecnologia desenvolvida na cidade para 100 centros médicos espalhados pelo país, viabilizando o tratamento gratuito da doença para cerca de 8 mil portadores. Com isso, a técnica será legitimada no Brasil, podendo então ser disponibilizada a todos de forma irrestrita.
A criação do programa foi estimulada pelo alto número de casos registrados na sociedade brasileira: segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgados em 2010, o câncer de pele não melanoma é o tipo mais incidente entre a população do país. Apenas no ano passado, estima-se que mais de 110 mil pessoas contraíram a doença.
Veja a reportagem:
O principal trunfo do projeto que começa a ser colocado em prática é a tecnologia criada para o tratamento da doença. Inédito no mundo, o equipamento desenvolvido em São Carlos conjuga, em uma única plataforma, a capacidade de realizar o diagnóstico por fluorescência óptica e tratar a doença por meio da terapia fotodinâmica (TFD). “Estamos falando de um aparelho que torna possível a análise das lesões cancerosas e o tratamento da doença no mesmo dia. Essa inovação, além da eficiência comprovada nos testes, evita problemas de logística que trazem custos para o governo e para o próprio paciente”, destaca o físico Vanderlei Bagnato, vice-diretor do IFSC e um dos coordenadores do projeto, na parte da Universidade.
Para desenvolver o aparelho inédito, a MMOptics conseguiu o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que destinou cerca de R$ 2,38 milhões para o aprimoramento dessa nova tecnologia utilizada no combate ao câncer de pele. O investimento e a tradição da empresa nessa área já tem vários anos: em 2004, a MMOptics já havia aprovado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o primeiro sistema para o uso medicinal da terapia fotodinâmica no Brasil.
Parcerias
A parceria entre entidades de renome é um dos fatores que mais contribuem para o otimismo que circunda os envolvidos no programa “Terapia Fotodinâmica Brasil”. O vice-diretor do IFSC explica que cada instituição exerce um papel muito bem definido na concepção e desenvolvimento do projeto. Ao Grupo de Óptica do IFSC cabe coordenar e garantir a formação dos profissionais que trabalham no programa, escolher os centros médicos para a aplicação da tecnologia (etapas que já estão em andamento), além de realizar, em parceria com o Hospital Amaral Carvalho, todos os ensaios clínicos e análise de resultados. Para viabilizar esse trabalho, a USP obteve um aporte financeiro de R$ 3,5 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Especializado no tratamento de câncer, o HAC – localizado em Jaú (300 km de São Paulo) – foi o local escolhido para a realização do treinamento dos profissionais e para a aplicação dos testes da nova tecnologia, fase que antecedeu o lançamento definitivo do programa. Como o equipamento desenvolvido para a detecção e tratamento do câncer requer o uso de um fármaco fotossensível, a parceria também contempla a empresa PDT-Pharma, responsável pelo desenvolvimento da droga que será distribuída junto com o aparelho. É a primeira empresa em toda a America Latina a desenvolver este tipo de medicamento fotossensível.
Testes
A médica dermatologista do Hospital Amaral Carvalho que coordenou os testes com a terapia fotodinâmica, Ana Gabriela Sálvio, relata que 150 pacientes já foram submetidos ao tratamento com este novo sistema desenvolvido pela MMO, com excelente resposta terapêutica. “Após o diagnóstico inicial do câncer de pele, a opção pelo uso da TFD, além de proporcionar um ótimo resultado terapêutico, também apresenta um bom resultado estético e boa tolerância ao método”, comenta a médica.
Os primeiros equipamentos já começaram a ser entregues aos 100 centros médicos selecionados pelo programa. De acordo com Vanderlei Bagnato, cada local deverá oferecer o tratamento para cerca de 80 pacientes num prazo de um ano. “Os resultados servirão para legitimar toda a terapia ou indicar qualquer adaptação que se faça necessária. As vantagens dessa técnica são tantas que esperamos sua adoção pelo governo brasileiro dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), possibilitando sua disponibilização a todos os que necessitem do tratamento”, finaliza o vice-diretor do IFSC .
Por Thatiana Miloso
(Foto: reprodução EPTV/ TV Globo)
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| Aparelho será usado para o tratamento gratuito de portadores da doença |
A criação do programa foi estimulada pelo alto número de casos registrados na sociedade brasileira: segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgados em 2010, o câncer de pele não melanoma é o tipo mais incidente entre a população do país. Apenas no ano passado, estima-se que mais de 110 mil pessoas contraíram a doença.
Veja a reportagem:
(Crédito: EPTV Central - TV Globo)
O principal trunfo do projeto que começa a ser colocado em prática é a tecnologia criada para o tratamento da doença. Inédito no mundo, o equipamento desenvolvido em São Carlos conjuga, em uma única plataforma, a capacidade de realizar o diagnóstico por fluorescência óptica e tratar a doença por meio da terapia fotodinâmica (TFD). “Estamos falando de um aparelho que torna possível a análise das lesões cancerosas e o tratamento da doença no mesmo dia. Essa inovação, além da eficiência comprovada nos testes, evita problemas de logística que trazem custos para o governo e para o próprio paciente”, destaca o físico Vanderlei Bagnato, vice-diretor do IFSC e um dos coordenadores do projeto, na parte da Universidade.
Para desenvolver o aparelho inédito, a MMOptics conseguiu o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que destinou cerca de R$ 2,38 milhões para o aprimoramento dessa nova tecnologia utilizada no combate ao câncer de pele. O investimento e a tradição da empresa nessa área já tem vários anos: em 2004, a MMOptics já havia aprovado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o primeiro sistema para o uso medicinal da terapia fotodinâmica no Brasil.
Parcerias
A parceria entre entidades de renome é um dos fatores que mais contribuem para o otimismo que circunda os envolvidos no programa “Terapia Fotodinâmica Brasil”. O vice-diretor do IFSC explica que cada instituição exerce um papel muito bem definido na concepção e desenvolvimento do projeto. Ao Grupo de Óptica do IFSC cabe coordenar e garantir a formação dos profissionais que trabalham no programa, escolher os centros médicos para a aplicação da tecnologia (etapas que já estão em andamento), além de realizar, em parceria com o Hospital Amaral Carvalho, todos os ensaios clínicos e análise de resultados. Para viabilizar esse trabalho, a USP obteve um aporte financeiro de R$ 3,5 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Especializado no tratamento de câncer, o HAC – localizado em Jaú (300 km de São Paulo) – foi o local escolhido para a realização do treinamento dos profissionais e para a aplicação dos testes da nova tecnologia, fase que antecedeu o lançamento definitivo do programa. Como o equipamento desenvolvido para a detecção e tratamento do câncer requer o uso de um fármaco fotossensível, a parceria também contempla a empresa PDT-Pharma, responsável pelo desenvolvimento da droga que será distribuída junto com o aparelho. É a primeira empresa em toda a America Latina a desenvolver este tipo de medicamento fotossensível.
Testes
A médica dermatologista do Hospital Amaral Carvalho que coordenou os testes com a terapia fotodinâmica, Ana Gabriela Sálvio, relata que 150 pacientes já foram submetidos ao tratamento com este novo sistema desenvolvido pela MMO, com excelente resposta terapêutica. “Após o diagnóstico inicial do câncer de pele, a opção pelo uso da TFD, além de proporcionar um ótimo resultado terapêutico, também apresenta um bom resultado estético e boa tolerância ao método”, comenta a médica.
Os primeiros equipamentos já começaram a ser entregues aos 100 centros médicos selecionados pelo programa. De acordo com Vanderlei Bagnato, cada local deverá oferecer o tratamento para cerca de 80 pacientes num prazo de um ano. “Os resultados servirão para legitimar toda a terapia ou indicar qualquer adaptação que se faça necessária. As vantagens dessa técnica são tantas que esperamos sua adoção pelo governo brasileiro dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), possibilitando sua disponibilização a todos os que necessitem do tratamento”, finaliza o vice-diretor do IFSC .
Pacientes com câncer de pele terão tratamento gratuito com tecnologia nacional inovadora
Reviewed by Diego Martins
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9/02/2011 02:43:00 PM
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