Exposição "No ateliê de Portinari (1920-45)" aborda o período de formação do artista
Pintor é ícone da pintura modernista brasileira. A curadoria é de Annateresa Fabris
Por Luciana Pareja
(Cartaz da exposição: reprodução)
O Museu de Arte Moderna de São Paulo abre nesta quinta-feira (14), a partir das 20h, a exposição No ateliê de Portinari (1920-45), que aborda o período de formação do ícone da pintura modernista brasileira por meio de cerca de 90 obras. O patrocínio é da Sabesp, com apoio da Rádio Cultura FM.
Montagem
Com um percurso pré-estabelecido pela curadora, a exposição é dividida em cinco blocos que contemplam as incursões realizadas por Portinari à época de sua formação, quando o artista realizou trabalhos com diferentes temáticas na busca de um estilo ainda indefinido e que viria a tornar-se ícone da pintura brasileira. O ecletismo de um artista cujo estilo veio a brotar naturalmente entre diversas influências e pesquisas é o fio condutor da exposição.
O primeiro bloco é o da Escola Nacional de Belas-Artes, onde o pintor estuda de 1919 a 1929, quando ganha o prêmio de viagem ao exterior na 35ª Exposição Geral da instituição e vai à Europa ver de perto as obras dos grandes mestres. Nessa fase predominam os retratos, como os três do poeta Olegário Mariano, que confrontam-se pelas diferenças de estilo. A obra Marinha (1927) traz o interesse de Portinari pela paisagem, ainda que então em menor escala.
No segundo bloco, um modelo constante, a série de retratos que o artista realiza tendo como figura sua mulher, Maria, evidencia a liberdade estilística característica de seu período inicial, trazendo inspirações que
remetem a Amedeo Modigliani, ao Pablo Picasso pré-cubista e a Giorgio de Chirico, entre outras várias influências.
Em Cenas brasileiras, surgem as representações pictóricas de elementos, situações e personagens cotidianos de Brodowski e do Brasil em geral. Obras como Domingo no morro (1935), Paisagem de Brodowski (1940) e Estivador (1934) estão dentre as primeiras incursões de Portinari no universo nacionalista que mais tarde torna-se marca registrada de sua pintura.
Quando Portinari chega aos limites da representação pictórica na tela, parte naturalmente para a concepção de trabalhos murais, o que está representado no bloco Projetos monumentais. Ali, se encontram diversos estudos para obras de grandes dimensões, como os afrescos do Ministério da Educação e Saúde (1938), no Rio de Janeiro.
Finaliza a exposição uma vertente pouco conhecida e mesmo explorada pelo artista: a abstração. Até mesmo por não acreditar no abstracionismo como expressão eloquente do pensamento do artista, Portinari não se estendeu longamente pelo gênero, mas alguns de seus estudos e trabalhos, como a série dos quatro elementos (1945), podem ser vistos pelo público.
Conceito da mostra
A mostra não é uma retrospectiva do pintor. Foi concebida a partir de alguns recortes no âmbito de sua produção, que contemplam o período de formação, entre o Rio de Janeiro e Paris; a prática de um gênero como o retrato; a decisão de dedicar-se à criação de “grandes telas, com muitas figuras agrupadas em enormes composições, com estruturas variadas”, provocada pela visão das obras de Paolo Veronese (1528-1588) na National Gallery de Londres em 1929; a realização de trabalhos de porte monumental para o Ministério da Educação e Saúde (Rio de Janeiro, 1936 – 1944), a Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso (Washington, 1941), a igreja de São Francisco de Assis da Pampulha (Belo Horizonte, 1944-1945); algumas experiências com a abstração, apesar das críticas feitas por Portinari a uma arte que fugia do assunto.
Ao lado de trabalhos bastante conhecidos do pintor, como Retrato de Maria (1932), Domingo no morro (1935), Paisagem de Brodowski (1940), Sapateiro de Brodowski (1941), Criança morta (1944), a mostra apresentará obras pouco divulgadas como Meu primeiro trabalho (1920), Retrato do poeta Olegário
Mariano (1926), Nu (1930), Roda infantil (1932). Serão ainda expostos três conjuntos significativos de estudos preparatórios para os projetos monumentais, pouco conhecidos pelo grande público, sobretudo no caso da Fundação Hispânica e da igreja de Belo Horizonte.
Serviço:
Exposição No ateliê de Portinari (1920-45) (Grande Sala)
Curadoria: Annateresa Fabris
Abertura: 14 de julho de 2011 (quinta-feira)
Visitação: 15 de julho a 11 de setembro de 2011
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo
Endereço: Parque do Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3)
Tel (11) 5085-1300
Horários: Terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)
Ingresso: R$ 5,50
Sócios do MAM, crianças até 10 anos e adultos com mais de 65 anos não pagam
entrada. Aos domingos, a entrada é franca para todo o público, durante todo
o dia.
Agendamento gratuito de visitas em grupo pelo tel: 5085-1313 e e-mail: educativo@mam.org.br
Por Luciana Pareja
(Cartaz da exposição: reprodução)
O Museu de Arte Moderna de São Paulo abre nesta quinta-feira (14), a partir das 20h, a exposição No ateliê de Portinari (1920-45), que aborda o período de formação do ícone da pintura modernista brasileira por meio de cerca de 90 obras. O patrocínio é da Sabesp, com apoio da Rádio Cultura FM.
Montagem
Com um percurso pré-estabelecido pela curadora, a exposição é dividida em cinco blocos que contemplam as incursões realizadas por Portinari à época de sua formação, quando o artista realizou trabalhos com diferentes temáticas na busca de um estilo ainda indefinido e que viria a tornar-se ícone da pintura brasileira. O ecletismo de um artista cujo estilo veio a brotar naturalmente entre diversas influências e pesquisas é o fio condutor da exposição.
O primeiro bloco é o da Escola Nacional de Belas-Artes, onde o pintor estuda de 1919 a 1929, quando ganha o prêmio de viagem ao exterior na 35ª Exposição Geral da instituição e vai à Europa ver de perto as obras dos grandes mestres. Nessa fase predominam os retratos, como os três do poeta Olegário Mariano, que confrontam-se pelas diferenças de estilo. A obra Marinha (1927) traz o interesse de Portinari pela paisagem, ainda que então em menor escala.
No segundo bloco, um modelo constante, a série de retratos que o artista realiza tendo como figura sua mulher, Maria, evidencia a liberdade estilística característica de seu período inicial, trazendo inspirações que
remetem a Amedeo Modigliani, ao Pablo Picasso pré-cubista e a Giorgio de Chirico, entre outras várias influências.
Em Cenas brasileiras, surgem as representações pictóricas de elementos, situações e personagens cotidianos de Brodowski e do Brasil em geral. Obras como Domingo no morro (1935), Paisagem de Brodowski (1940) e Estivador (1934) estão dentre as primeiras incursões de Portinari no universo nacionalista que mais tarde torna-se marca registrada de sua pintura.
Quando Portinari chega aos limites da representação pictórica na tela, parte naturalmente para a concepção de trabalhos murais, o que está representado no bloco Projetos monumentais. Ali, se encontram diversos estudos para obras de grandes dimensões, como os afrescos do Ministério da Educação e Saúde (1938), no Rio de Janeiro.
Finaliza a exposição uma vertente pouco conhecida e mesmo explorada pelo artista: a abstração. Até mesmo por não acreditar no abstracionismo como expressão eloquente do pensamento do artista, Portinari não se estendeu longamente pelo gênero, mas alguns de seus estudos e trabalhos, como a série dos quatro elementos (1945), podem ser vistos pelo público.
Conceito da mostra
A mostra não é uma retrospectiva do pintor. Foi concebida a partir de alguns recortes no âmbito de sua produção, que contemplam o período de formação, entre o Rio de Janeiro e Paris; a prática de um gênero como o retrato; a decisão de dedicar-se à criação de “grandes telas, com muitas figuras agrupadas em enormes composições, com estruturas variadas”, provocada pela visão das obras de Paolo Veronese (1528-1588) na National Gallery de Londres em 1929; a realização de trabalhos de porte monumental para o Ministério da Educação e Saúde (Rio de Janeiro, 1936 – 1944), a Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso (Washington, 1941), a igreja de São Francisco de Assis da Pampulha (Belo Horizonte, 1944-1945); algumas experiências com a abstração, apesar das críticas feitas por Portinari a uma arte que fugia do assunto.
Ao lado de trabalhos bastante conhecidos do pintor, como Retrato de Maria (1932), Domingo no morro (1935), Paisagem de Brodowski (1940), Sapateiro de Brodowski (1941), Criança morta (1944), a mostra apresentará obras pouco divulgadas como Meu primeiro trabalho (1920), Retrato do poeta Olegário
Mariano (1926), Nu (1930), Roda infantil (1932). Serão ainda expostos três conjuntos significativos de estudos preparatórios para os projetos monumentais, pouco conhecidos pelo grande público, sobretudo no caso da Fundação Hispânica e da igreja de Belo Horizonte.
Serviço:
Exposição No ateliê de Portinari (1920-45) (Grande Sala)
Curadoria: Annateresa Fabris
Abertura: 14 de julho de 2011 (quinta-feira)
Visitação: 15 de julho a 11 de setembro de 2011
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo
Endereço: Parque do Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3)
Tel (11) 5085-1300
Horários: Terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)
Ingresso: R$ 5,50
Sócios do MAM, crianças até 10 anos e adultos com mais de 65 anos não pagam
entrada. Aos domingos, a entrada é franca para todo o público, durante todo
o dia.
Agendamento gratuito de visitas em grupo pelo tel: 5085-1313 e e-mail: educativo@mam.org.br
Exposição "No ateliê de Portinari (1920-45)" aborda o período de formação do artista
Reviewed by Diego Martins
on
7/13/2011 09:00:00 AM
Rating:
Nenhum comentário
Fale com a redação: contato@portaltelenoticias.com