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Conexão Cultural: Ao Léu

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Por Danilo Quintal

José Leonilson: as letras soltas nas obras
Sobrevoou o nada, navegou em um mar sem águas. Pintou através de letra e escreveu mostrando figuras. Viveu um mundo só dele, onde o globo terrestre era ligado por pontes e a utopia era realidade. Leo foi José Leonilson do começo ao fim, cada obra não era apenas arte e sim um pedaço do próprio.

O pesquisador Bitu Cassundé e o crítico de arte, gestor cultural e diretor-geral do Centro Cultural de São Paulo, Ricardo Resende são os curadores da mostra “Sob o Peso dos Meus Amores”. Que traz cerca de 300 obras de Leonilson, ilustrando e apresentando a importância do artista para a produção contemporânea, uma reflexão da trajetória.

José Leonilson, o artista era repleto de símbolos e repetições, porém, sua obra é bem variada, de panos a acrílico. De latas a tintas. Pinturas que na verdade eram textos e textos que formavam desenhos. “Sob o Peso dos Meus Amores” representa bem isso. Há completa diversidade das obras dele como se fosse uma biografia.

Em seus trabalhos está a vontade e o desejo de gritar a liberdade. Após um momento de repressão, suas obras, que são da década de 80, promovem a liberdade e escacham uma arrogância de quem, até pouco tempo, era censurado e agora quer extravasar. Uma iniciativa de contar a vida de um artista, pela obras, nada mais honrado.

A exposição mostra as obras de Leonilson como se conta-se sua vida em tempo contínuo. Uma cronologia. A apresentação de uma mente utópica querendo mudar o mundo e que afirmava que isso era possível. A maior importância dessa exposição são os valores de Leo, o amor, a amizade e, sobretudo, o desejo pela mudança e quebra das fronteiras mundiais.

Uma estética nada bonita aos olhos, mas eficaz à mente. Desenhos simples com significados complicados. Muitas obras sobre panos, esculturas de ferro e metal. E sua maior característica: as letras soltas nas obras, quase todas sem nome. Algumas com nomes como Europa, O Penélope, O avião. Mas suas obras não deveriam conter nomes, pois, o mundo a que pertencia também não tinha.

Leonilson foi ao Léu. Pintou um mundo desejado que, por muitas vezes, era egoísta, não tinha nada, ou, tinha ele. E só bastava. Como se para ter paz, não pudesse ter gente. Foi um avião, um barco, uma ponte, um rabisco, um tecido, um nada. Tão poucos pintaram e mostraram tão bem o nada. E, para conhecer o nada, era preciso um dia ter tido tudo. Ele teve. José Leonilson, da Imaginação a Solidão.

Serviço:
Sob o Peso dos Meus Amores
De 17 de março a 29 de maio.
Sábado, domingo e feriados das 11h às 20h / terça a sexta das 9h às 20h.
Itaú Cultural – Av. Paulista, n°149
Mais informações: (11) 2168-1777
Conexão Cultural: Ao Léu Conexão Cultural: Ao Léu Reviewed by Diego Martins on 5/03/2011 12:39:00 PM Rating: 5

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