Por Bruna Camargo
Um assunto que muito preocupa os pais é a alimentação das crianças, já que uns comem pouco, outros são muito seletivos e tem aqueles que gostam apenas de comer “bobagens”. Mas, para que a criança cresça saudável é indispensável que tenha uma boa alimentação, com todos os nutrientes necessários para seu crescimento e desenvolvimento.
Em primeiro lugar é importante lembrar que insistir ou forçar a criança a comer não é correto e pode comprometer seriamente sua saúde. Embora a preocupação seja compreensível, uma boa alimentação resultará em uma criança saudável e não é por pular uma ou outra refeição que os filhos ficarão desnutridos ou terão seu desenvolvimento comprometido. Os pais devem ter em mente que quando a fome apertar, a criança vai comer, mas nada de alarmes, pois existem caminhos bem mais suaves para persuadi-la a se alimentar.
Inicialmente verifique se a criança tem algum problema de saúde como uma infecção na garganta, início da dentição, entre outros que resultam no desinteresse pelos alimentos.
Na ausência de problemas do gênero são recomendados alguns procedimentos como oferecer porções de comida adequadas levando em conta a capacidade do estômago da criança; varie os alimentos já que a mesma comida todos os dias não desperta o interesse; incremente o prato com algum alimento de cor diferente daquele oferecido anteriormente; evite que a criança fique "beliscando" entre uma refeição e outra; mantenha verduras e legumes em todas as refeições, mesmo que a criança não aceite, não a obrigue a comer para que ela não fique com raiva do ingrediente; deixe esses alimentos sempre por perto para despertar a curiosidade da criança; não ofereça sopas batidas no liquidificador só para a criança ingerir verduras e legumes, já que essa tática dificulta o estímulo do paladar e não permite que a criança reconheça os diferentes sabores; o ambiente onde as refeições são realizadas deve ser tranqüilo, desligue a TV, abaixe o volume do rádio e evite discussões.
As crianças acima de um ano, não necessitam de tanto leite como as mães imaginam, com o tempo deve-se diminuir o número de mamadeiras para, no máximo duas - uma pela manhã e outra a noite, não dê mamadeiras depois das refeições. Tente variar, procure dar leite de outras formas, como por exemplo, por meio de vitaminas de frutas nos lanches.
Muitas mães preparam a refeição dos filhos separadamente usando poucos temperos e, por isso, a comida fica às vezes sem gosto. Portanto, experimente os alimentos antes de oferecê-lo aos menores, também não ofereça sucos e refrigerantes durante a refeição, pois a capacidade gástrica da criança ainda é limitada e se ela tomar um desses líquidos pode não ter espaço para a comida.
Deve existir uma regularidade nos horários das refeições e caso a criança não queira comer numa determinada refeição, não se deve dar guloseimas. Se isso acontecer adiante um pouco o horário da refeição seguinte, a criança provavelmente estará com mais fome.
Estimular a criança a comer sozinha também é uma boa dica, embora muitas mães não gostem desta idéia devido a sujeira que os pequenos fazem, no entanto, quanto mais eles treinam mais rápido aprenderão a comer sozinhos. Para a criança é um prazer poder segurar a colher e levar o alimento à boca.
Nunca prometa recompensas para a criança comer. É bom que ela cresça na compreensão de que alimentar-se bem é importante para a saúde, o que já é uma recompensa. Também não atenda as chantagens, como por exemplo, a criança só abre a boca se primeiro contar uma história de aviãozinho. O ideal é que a mãe ou a pessoa que está dando a comida estabeleça um relacionamento agradável sem chantagens. Uma boa opção é conversar com a criança sobre fatos da vida dela.
Não adianta pedir para seu filho comer cenoura se você está comendo um sanduíche. Ele naturalmente irá querer comer o lanche, pois se você despreza a cenoura é porque o outro alimento deve ser mais gostoso.
Por fim, seja firme com a criança sem ser rígido, afinal o momento de se alimentar deve ser prazeroso e não angustiante. E cuidado existem pais que ficam tão preocupados, que acabam oferecendo suplementos nutricionais sem orientação e podem contribuir para a formação de um adulto obeso, pois a energia extra que a criança recebe - sem precisar - passa a se acumular em seu tecido gorduroso. O que poucos sabem é que o número de células gordurosas de uma pessoa é definido na infância e existindo um número muito grande de células adiposas no organismo adulto será mais difícil para a pessoa controlar seu peso, ao contrário daquela que, na infância recebeu uma dieta balanceada e produziu um número normal de células gordurosas.
*Bruna Camargo é nutricionista da Materna – Escola Infantil, com unidades em Santo André e São Bernardo do Campo.
Nutricionista dá dicas sobre alimentação infantil
Reviewed by Diego Martins
on
3/12/2011 04:00:00 PM
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