Surdez profunda é a terceira doença crônica mais incapacitante

Implante coclear é a solução para os pacientes sem qualquer resíduo auditivo

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),
esta deficiência atinge 2,5 milhões de pessoas no Brasil

Depois de artrite e hipertensão arterial, a surdez profunda é a terceira doença crônica mais incapacitante para um ser humano. Estatísticas estimam que, para mil nascidos vivos, um em cada três serão portadores de deficiência auditiva permanente.

Entre as principais causas desta deficiência estão a meningite, rubéola, caxumba, condições genéticas e hereditárias e viroses gestacionais. Além de afetar todo o estilo de vida do paciente, esta deficiência também o incapacita de ouvir todos os tipos de sons, desde sua voz até barulhos de trânsitos, sirenes e alarmes.

Segundo Dr. José Antonio Pinto, chefe da equipe de Otorrinolaringologia do Hospital São Camilo Pompeia, o paciente com surdez profunda é aquele que não consegue escutar mesmo usando aparelho auditivo convencional. Isto porque o surdo profundo não tem resíduo auditivo algum, necessário para uso do aparelho auditivo, que é um amplificador sonoro.

Porém, a surdez profunda tem solução: o implante coclear. O implante coclear é um aparelho de alta tecnologia capaz de devolver a audição aos pacientes sem qualquer resíduo auditivo, que não têm aproveitamento com uso de aparelho convencional, pois estimula o nervo auditivo diretamente por meio de impulsos elétricos.

Para colocá-lo, o paciente tem que se submeter a uma cirurgia de apenas duas horas. A incisão é feita atrás da orelha e não deixa cicatriz visível. O implante possui uma parte externa, constituída por um microfone, um microprocessador de fala e um transmissor, e uma parte interna com um receptor e estimulador, um eletrodo de referência e um conjunto de eletrodos que são inseridos dentro da cóclea.

“Esse dispositivo eletrônico tem por objetivo estimular, através desses eletrodos implantados dentro da cóclea, o nervo auditivo que, por sua vez, leva os sinais para o cérebro onde serão decodificados e interpretados como sons. A estimulação do nervo auditivo é feita através de corrente elétrica aplicada pelos eletrodos implantados na escala timpânica”, explica Dr. José Antonio.

Pessoas surdas profundas de todas as idades podem usar o implante coclear, desde que preencham os pré-requisitos e características necessárias para o benefício do aparelho e sejam avaliadas e acompanhadas por uma equipe de otologistas, fonoaudiólogos e psicólogos especializados.

Dr. José Antonio ainda enfatiza que a reabilitação com implante coclear permite que pacientes adultos voltem às suas atividades habituais. “O benefício é ainda maior em crianças muito novas que ainda não desenvolveram linguagem, pois permite que elas desenvolvam-na, podendo participar do mundo da linguagem falada”.

Fonte: assessoria de imprensa do Hospital São Camilo