Preços de apartamentos disparam na cidade de SP

Facilidades de financiamento cada vez maiores contribuíram para a alta dos valores

Por Erika Coradin

Os preços dos imóveis nas principais cidades brasileiras dispararam nos últimos anos. É o que revela o novo índice FipeZap, que mede a valorização dos imóveis e orienta os consumidores sobre a real situação dos preços imobiliários. Os dados mostram que, nos últimos três anos, a maior valorização de preços se deu nos apartamentos de um e dois dormitórios. O fato se explica, também, pelo aumento de 30% no número de jovens entre 20 e 35 anos que decidiram pela casa própria, segundo dados da Caixa Econômica Federal. O relatório, referente ao período de outubro a dezembro de 2010, informa que os consumidores com menos de 35 anos já respondem por 57% dos pedidos de financiamento imobiliário, com 40% sendo de jovens casais sem filhos e 23% solteiros.

Em São Paulo, os apartamentos menores subiram, em média, 88% nos últimos três anos, enquanto os de três e quatro dormitórios tiveram alta de 72% e 56%, respectivamente. Com as vendas de apartamentos de um e dois dormitórios em crescimento, as incorporadoras passaram a explorar esse mercado que, por muitos anos, ficou abandonado, principalmente em empreendimentos bem localizados, próximo a estações de metrô, ao centro da cidade e a regiões de fácil acesso. “Há uma demanda por imóveis compactos e bem localizados, principalmente nas regiões centrais das cidades. Como o objetivo das incorporadoras é atender esse público, a disputa por terrenos bem localizados ficou ainda mais acirrada”, explica Marcos França, diretor comercial da Requadra Desenvolvimento Imobiliário.

Atentas a esse potencial, as incorporadoras passaram a explorar regiões em desenvolvimento, incluindo o centro de SP, que, até poucos anos, era uma região degradada e com poucos investimentos. Principalmente, porque só havia apartamentos mais antigos, sem garagem ou nenhum tipo de lazer. Depois dessa aceleração, compradores e investidores já contam com inúmeras opções de compactos, o que elevou a disputa por terrenos bem localizados, fazendo com que as negociações para esse tipo de apartamento ficassem mais acirradas.

O financiamento imobiliário, com taxas e prazos mais acessíveis, facilitou o acesso à compra, mesmo para quem não dispõe de uma poupança para pagamento em prazos mais curtos.  “As pessoas encontram mais facilidade em financiar um apartamento novo, com projeto moderno e bem localizado. As instituições financeiras oferecem excelentes condições de financiamento devido à garantia real da hipoteca, o que reduz fortemente o risco do empréstimo em um imóvel novo”, alerta Eduardo Muszkat, diretor executivo da You Inc.

Para o executivo, as facilidades em se obter crédito ampliaram a procura de jovens por apartamentos compactos. “Um emprego com um salário razoável basta para conseguir financiar um apartamento pequeno. A mensalidade desse financiamento chega a ser semelhante ou até menor que o custo de um aluguel, o que contribui para o comprador adquirir um imóvel também como investimento. Os dados da FipeZap e da Caixa Econômica Federal traduzem bem esse novo cenário, já identificado por nós, da You Inc., há algum tempo”, informa Muszkat.