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Preconceito retarda tratamento dos portadores de vitiligo

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Estresse físico, o emocional e a ansiedade são fatores que podem agravar o problema

Por Marli Popolin

Não existe método preventivo, mas há tratamentos
que amenizam as manchas existentes
Perda da pigmentação natural da pele e manchas brancas em diferentes tamanhos são algumas características do vitiligo. Normalmente, o portador enfrenta preconceitos que atrasam a reação positiva do organismo e, além disso, o estresse físico, o emocional e a ansiedade são fatores que podem agravar o problema, conforme afirma o dermatologista Valter Claudino, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André.

O vitiligo é causado pela redução da atividade dos melanócitos, células localizadas na epiderme, responsáveis pela produção do pigmento cutâneo que dá cor à pele - melanina. A doença atinge homens e mulheres e pode surgir em qualquer idade, porém é mais comum ocorrer no adulto.

As manchas podem espalhar-se ou ficar isoladas em uma parte do corpo, podendo atingir os genitais, cotovelos, joelhos, face, mãos, pés e, até a retina. Raramente atinge as palmas das mãos e plantas dos pés. Os pelos localizados nas manchas ficam esbranquiçados e o local atingido fica mais sensível ao sol. Por isso, tem mais probabilidades de queimaduras graves e risco de câncer de pele. As manchas não coçam, não ardem, não doem e não são contagiosas.

O vitiligo também pode surgir após traumas ou queimaduras solares, porém sua causa ainda não possui uma definição. Os especialistas baseiam-se em três teorias que explicam a destruição dos melanócitos. A primeira é a Teoria Imunológica, que admite que o problema seja autoimune, associado a doenças imunológicas, como diabetes, anemia perniciosa, lúpus, esclerose, síndrome de Down, tireoidite de Hashimoto, entre outras. Já a Teoria Citóxica, explica que os metabólitos intermediários destroem as células melanocíticas e a Teoria Neural afirma que um mediador neuroquímico inibe a produção de melanina.

A doença não apresenta nenhum sintoma ou prejuízo à saúde e como não existe uma forma de prever seu surgimento e evolução, recomenda-se que o paciente procure orientação médica assim que perceber manchas brancas pelo corpo. O diagnóstico é feito de forma clínica e por exames laboratoriais que constatarão se o paciente realmente é portador de vitiligo e se existem doenças associadas, já que algumas manchas podem ser provocadas pelo sol ou por micose.

Não existe método preventivo, mas há tratamentos que amenizam as manchas existentes, porém costumam ser longos e é feito à base de pomadas de corticóides, loções e fototerapia - exposição ao sol com uso de substâncias fotossensibilizantes. Dificilmente ocorrerá cura definitiva já que algumas áreas apresentam maior dificuldade de recuperar a pigmentação.

Segundo o dermatologista, a doença afeta a estética do paciente e, consequentemente, a autoestima, despertando uma série de sentimentos. “Junto ao tratamento médico, orientamos um acompanhamento psicológico, já que os fatores emocionais podem agravar o aparecimento e evolução das lesões, além de retardar as reações positivas do organismo aos medicamentos”, explica Claudino.

O sol é importante no tratamento do vitiligo, porém é necessário seguir algumas recomendações, como por exemplo, não se expor ao sol entre 10 e 16 horas; utilizar protetor solar e reaplicá-lo a cada duas horas, especialmente se estiver na praia ou piscina; hidratar a pele; ingerir alimentos com carotenos ou betacarotenos que proporcionam uma cor amarelada na pele e maior proteção.
Preconceito retarda tratamento dos portadores de vitiligo Preconceito retarda tratamento dos portadores de vitiligo Reviewed by Diego Martins on 2/22/2011 04:00:00 PM Rating: 5

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