A revelação para a pessoa que tem halitose deve ser cordial e delicada
Por Alexandre Possendoro
Passar de forma anônima contatos de quem tem mau hálito para um profissional que trata o problema é o melhor caminho para ajudar amigo ou parente que sofre com isso, explica o cirurgião-dentista que já tratou mais de 1.000 casos similares.
(Foto: Arquivo pessoal)
É sempre assim: ano novo; vida nova, as férias vão se acabando e muita gente já começa a se preparar para voltar ao trabalho e aos estudos. E, para muitos, infelizmente, vão ter que rever e “enfrentar” aquele colega de trabalho ou de estudo “que tem mau hálito”.
A questão fica ainda mais delicada quando sabemos que já está provado pelos estudos médicos e odontológicos que pessoas que têm mau hálito não sentem o cheiro ruim que vem da própria boca.
“Isso ocorre por um fenômeno que chamamos de ‘fadiga olfatória’. Também acontece quando compramos um novo perfume: no início sentimos bem o cheiro, mas após alguns dias parece que o cheiro fica fraco e até desaparece. Na verdade, o perfume é o mesmo, apenas estamos entrando em ‘fadiga olfatória’”, diz o doutor Arany Tunes, um dos maiores estudiosos no tema no Brasil – que há mais de 10 anos se dedica somente ao tratamento do mau hálito.
Portanto, dificilmente uma pessoa, por si só, se conscientiza de quem tem mau hálito, de que isso é um problema e que precisa ser resolvido. Como fazer então? Como revelar a uma pessoa, sem magoá-la, que ela tem mau hálito? “Se você tiver intimidade ou uma boa amizade com a pessoa, faça assim: em particular, é claro, num momento propício, revele o problema, mas de forma cordial e delicada – mostrando que você se importa realmente com a saúde dela”, acredita o doutor Arany, que atende diariamente pacientes com mau hálito em clínicas de oito cidades diferentes do Estado de São Paulo (São Paulo, Campinas, Indaiatuba, Sorocaba, Jundiaí, Piracicaba, Santos e São Bernardo do Campo).
“O mau hálito pode ter até 60 causas diferentes. Problemas como prisão de ventre, queda na produção de saliva, além de doenças nas gengivas são algumas das causas mais freqüentes de mau hálito. Mas também pode ser causado por doenças mais graves, como a leucemia, diabetes, câncer de estômago e a sífilis”, acrescenta o especialista.
Mas e se você não for assim tão íntimo da pessoa e achar muito constrangedor para ambos dar esse toque? “Acredito que a solução mais viável seria a pessoa que quer alertar o outro sobre o seu mau hálito (colega de trabalho, amigo de escola, parente...) dar um telefonema anônimo para o consultório de um profissional sério que faz esse tipo de tratamento (na maioria das vezes, cirurgiões dentistas que só lidam com isso)”, explica o doutor Arany, que é membro efetivo da Associação Brasileira de Halitose (ABHA) e da International Society for Breath Odor Research (ISBOR), entidades, no Brasil e no exterior, dedicadas a pesquisar exclusivamente o mau hálito.
Nesse telefonema, o “amigo anônimo” deixa então os contatos da pessoa que tem o problema (por exemplo, nome e telefone ou nome e e-mail), para que o profissional possa, então, informar, de forma clara e delicada, através de uma mensagem por e-mail ou por carta – ou até por telefone – que existe o problema e que é possível a cura.
“É bom lembrar que a halitose – nome científico do mau hálito – não é uma doença, mas um importante “sinal” que o nosso organismo emite para alertar que algo está errado. E esse ‘sinal’ deve ser investigado. O objetivo é descobrir a causa do mau hálito, que deve ser tratada, para eliminar assim todo o problema”, diz o doutor Arany.
É bom sempre lembrar, que é muito possível se livrar disso para sempre. Há atualmente uma série de tratamentos que podem eliminar o problema. “E não basta, para os mais íntimos dos que têm mau hálito, indicar a eles balas e chicletes: elas estimulam a produção de saliva, o que normalmente melhora o hálito. Porém, dependendo da origem do problema, isso pode ser inútil – além do alto teor de açúcar presente em alguns destes alimentos, o que pode provocar o surgimento de cáries e excesso de peso", diz.
O mesmo cuidado precisa se ter com os antissépticos bucais vendidos nas farmácias: na maioria das vezes esses produtos, além de não resolverem o problema, ainda podem piorar o hálito, pois possuem álcool na sua formulação: o álcool atua de duas maneiras diferentes dentro da nossa boca, irritando as células (alguns produtos provocam muita ardência) e provocando desidratação. A irritação e a desidratação dessas células fazem com que aumente a descamação, aumentando o mau hálito. O mais correto mesmo é procurar um profissional, descobrir a causa e fazer o tratamento adequado.
Mais informações: www.clinicahalit.com.br (clínica especializada em tratamento do mau hálito)
Por Alexandre Possendoro
(Foto: Arquivo pessoal)
Doutor Arany: "O mau hálito pode ter até 60 causas diferentes" |
A questão fica ainda mais delicada quando sabemos que já está provado pelos estudos médicos e odontológicos que pessoas que têm mau hálito não sentem o cheiro ruim que vem da própria boca.
“Isso ocorre por um fenômeno que chamamos de ‘fadiga olfatória’. Também acontece quando compramos um novo perfume: no início sentimos bem o cheiro, mas após alguns dias parece que o cheiro fica fraco e até desaparece. Na verdade, o perfume é o mesmo, apenas estamos entrando em ‘fadiga olfatória’”, diz o doutor Arany Tunes, um dos maiores estudiosos no tema no Brasil – que há mais de 10 anos se dedica somente ao tratamento do mau hálito.
Portanto, dificilmente uma pessoa, por si só, se conscientiza de quem tem mau hálito, de que isso é um problema e que precisa ser resolvido. Como fazer então? Como revelar a uma pessoa, sem magoá-la, que ela tem mau hálito? “Se você tiver intimidade ou uma boa amizade com a pessoa, faça assim: em particular, é claro, num momento propício, revele o problema, mas de forma cordial e delicada – mostrando que você se importa realmente com a saúde dela”, acredita o doutor Arany, que atende diariamente pacientes com mau hálito em clínicas de oito cidades diferentes do Estado de São Paulo (São Paulo, Campinas, Indaiatuba, Sorocaba, Jundiaí, Piracicaba, Santos e São Bernardo do Campo).
“O mau hálito pode ter até 60 causas diferentes. Problemas como prisão de ventre, queda na produção de saliva, além de doenças nas gengivas são algumas das causas mais freqüentes de mau hálito. Mas também pode ser causado por doenças mais graves, como a leucemia, diabetes, câncer de estômago e a sífilis”, acrescenta o especialista.
Mas e se você não for assim tão íntimo da pessoa e achar muito constrangedor para ambos dar esse toque? “Acredito que a solução mais viável seria a pessoa que quer alertar o outro sobre o seu mau hálito (colega de trabalho, amigo de escola, parente...) dar um telefonema anônimo para o consultório de um profissional sério que faz esse tipo de tratamento (na maioria das vezes, cirurgiões dentistas que só lidam com isso)”, explica o doutor Arany, que é membro efetivo da Associação Brasileira de Halitose (ABHA) e da International Society for Breath Odor Research (ISBOR), entidades, no Brasil e no exterior, dedicadas a pesquisar exclusivamente o mau hálito.
Nesse telefonema, o “amigo anônimo” deixa então os contatos da pessoa que tem o problema (por exemplo, nome e telefone ou nome e e-mail), para que o profissional possa, então, informar, de forma clara e delicada, através de uma mensagem por e-mail ou por carta – ou até por telefone – que existe o problema e que é possível a cura.
“É bom lembrar que a halitose – nome científico do mau hálito – não é uma doença, mas um importante “sinal” que o nosso organismo emite para alertar que algo está errado. E esse ‘sinal’ deve ser investigado. O objetivo é descobrir a causa do mau hálito, que deve ser tratada, para eliminar assim todo o problema”, diz o doutor Arany.
É bom sempre lembrar, que é muito possível se livrar disso para sempre. Há atualmente uma série de tratamentos que podem eliminar o problema. “E não basta, para os mais íntimos dos que têm mau hálito, indicar a eles balas e chicletes: elas estimulam a produção de saliva, o que normalmente melhora o hálito. Porém, dependendo da origem do problema, isso pode ser inútil – além do alto teor de açúcar presente em alguns destes alimentos, o que pode provocar o surgimento de cáries e excesso de peso", diz.
O mesmo cuidado precisa se ter com os antissépticos bucais vendidos nas farmácias: na maioria das vezes esses produtos, além de não resolverem o problema, ainda podem piorar o hálito, pois possuem álcool na sua formulação: o álcool atua de duas maneiras diferentes dentro da nossa boca, irritando as células (alguns produtos provocam muita ardência) e provocando desidratação. A irritação e a desidratação dessas células fazem com que aumente a descamação, aumentando o mau hálito. O mais correto mesmo é procurar um profissional, descobrir a causa e fazer o tratamento adequado.
Mais informações: www.clinicahalit.com.br (clínica especializada em tratamento do mau hálito)
‘Amigo anônimo’ pode ser 'solução’ para mau hálito, diz especialista
Reviewed by Diego Martins
on
2/11/2011 07:30:00 AM
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