Perfil: 100 anos de Corinthians

Por Amanda Cotrim

(Imagem: reprodução)

 “Sempre altaneiro, és do Brasil... o clube mais brasileiro”. Há exatos 100 anos, surgia, graças aos ingleses, o clube mais popular de São Paulo e, conseqüentemente, um dos maiores do Brasil: Sport Clube Corinthians Paulista.

Começava assim a história do Corinthians, um clube que ao longo dos seus cem anos passou pela várzea, lutou pelo profissionalismo, ficou 23 anos sem um título de expressão e foi rebaixado a série B do Brasileirão, no dia 02 de dezembro de 2007.

Depois que alguns homens de origem pobre viram o jogo do ‘Corinthian’ (sem “s”), da Inglaterra, ficaram encantados. Entusiasmaram-se e decidiram fundar um time. Foi então que, o grupo composto pelos pintores de casa Joaquim Ambrósio, Antônio Pereira e César Nunes; o sapateiro Rafael Perrone; o motorista Anselmo Correia; o fundidor Alexandre Magnani, o macarroneiro Salvador Lopomo, o trabalhador braçal João da Silva e o alfaiate Antônio Nunes decidiram organizar um time; o time do povo.

Talvez, eles não fariam ideia de quão grande esse time se tornaria, e de quantas pessoas o seguiriam. Certamente, não passou pela cabeça deles que Sócrates, Rivelino, Biro-Biro, Baltazar, Basílio, Casagrande, Dentinho, Neto, Tupãzinho, Vampeta, Viola, Zé Maria, Elias, André Santos, Christian, Ronaldo, Dida, Marcelinho Carioca, Edílson e Ronaldo Fenômeno, passariam por essa história.

Guiados por um grande entusiasmo, às oito horas da noite do dia 1° de setembro, à luz do lampião de gás, altura do número 34 que iluminava a Avenida dos Imigrantes (atual José Paulino), no Bom Retiro, treze pessoas sacramentaram a fundação do Sport Clube Corinthians Paulista. Em meio a este ritual, surgiu o primeiro estatuto do clube.

E o que começou com 9 pessoas, hoje, chega a 30 milhões. De acordo com as estatísticas é um crescimento de 300 mil corintianos, por ano.

Apesar dessa data ser a que o time surgiu, oficialmente, todos os dias é dia de Corinthians. Não importa para o fiel corintiano, se esse clube passa pela série B ou se é campeão do mundo, o que importa é a paixão, fé e devoção que se tem pelo “Campeão dos Campões”.

O maior vencedor do campeonato paulista (com 26 títulos), quatro vezes campeão brasileiro, um campeão mundial pela FIFA e 3 vezes campeão da copa do Brasil. Só faltando, assim, a tão sonhada Libertadores. Neste aniversário de 100 anos, o Corinthians, enfim, ganha o estádio que será a casa mais bonita do corintiano. É, timão, são muitas histórias, muitas glórias, muitas conquistas.

A única torcida que tem um time é a corintiana. A fiel é a testemunha vigente da eternidade do time do povo. Hoje, dia 1º de setembro de 2010, o mundo é preto e branco. Uma nação, um clube, uma paixão em 100 anos de história.

Apesar da grandeza de todos, poucos são Corinthians: genialidade; marca de sucesso. Uma fênix. Um símbolo dos milhares de loucos; campeão dos campeões, que caiu e se levantou. Como disse Mauro Beting, que rompeu tendões e tensões. O Corinthians que nasceu para ficar, pois o lugar é no topo. O gigante do Bom Retiro, Tatuapé, Itaquera, Vila Maria, Mooca, São Matheus, Jandira, Santo Amaro, Capão Redondo, Interior de São Paulo, Brasil, Mundo...

Corintianos apostólicos romanos, privilegiados por testemunharem um marco na história do Timão, talvez, sejamos tão importantes quanto os nove homens que celebraram e fundaram o Sport Clube Corinthians Paulista. Festejem! Pois o grito pertence aos que choraram no passado, e hoje celebram o gosto de ser centenário. Parabéns, Corinthians!