Perfil: Marina Silva

Por Amanda Cotrim

Quero apresentar a nova coluna do Portal Telenotícias. Uma proposta nova nas mídias eletrônicas, como é o caso da Internet: O perfil. Perfis são muito conhecidos no jornalismo impresso. Algumas vezes faz-se em telejornalismo.

Mas antes, o que é um perfil?

A abordagem do perfil é construir a história recente de alguém, com suas características. Algo a ser descrito no presente, ou seja, pessoas vivas. Entretanto, o perfil permite ao jornalista voltar a elementos históricos para o leitor poder entender o presente, mas sem se aprofundar na narração da vida toda da pessoa. Afinal, perfil não é biografia! Existe o cruzamento de informações externas para poder recuperar a memória do “perfilado”. A foto é uma boa estratégia. Nunca se deve colocar seu perfilado como herói. A função não é distinguir bonzinho e malzinho, mas sim humanizar o personagem.

Bem, o Portal Telenotícias vai abrir um espaço para esse gênero, não, ou talvez pouco, explorado pela Internet. A coluna será quinzenal, postada aos domingos. E para a estreia, o perfil de hoje é de Marina Silva. Você deve estar pensando: Poxa, justo alguém da política para a estreia? Calma. Vamos pensar pelo lado positivo. Antes de ser candidata, ela é uma mulher, e, por isso, é um ser humano que tem uma história, da qual merece um perfil.

Maria, Marina, Maria... Possui a mania de ter fé na vida

Marina não se diz nem de esquerda e
nem de direita, se diz para frente

Hoje ela é candidata ao cargo de presidenta da República, mas antes já foi senadora (AC), vereadora e professora, aluna, esposa, mãe, irmã, filha e mãe novamente. Esta última quis o destino de forma involuntária; foi órfã de mãe desde os 15 anos, por isso teve que ser mãe dos seus irmãos e de si própria.

Quando não se tem alternativa frente as dificuldade que a vida impõe, de uma forma voluntária ou não, sempre recorremos a refúgios. Inconscientemente precisamos ser salvos. Algumas vezes a salvação vem através de um amigo, de um parente. No caso de Marina, veio da religião, ou como ela mesma prefere denominar, veio da fé.

De cor mulata, sotaque acreano, de uma família com 10 irmãos, e uma postura ambiental louvável em tempos de aquecimento global, ela teve a oportunidade de ser alfabetizada aos 16 anos. Talvez, numa cidade grande, inchada, Marina tivesse se perdido em tantos refúgios fictícios de uma cidade grande, mas, no seu caso, nasceu em uma comunidade do Seringal Bagaço.

Marina desde muito jovem teve contato com a mata. Trabalhando com as seringueiras, ela tirava dos troncos de árvores o látex. Ela viu na floresta amazônica o reduto da exploração fundiária e progressista. Falar de meio ambiente não é falar só de natureza. Falar de meio ambiente é falar da relação do homem com a terra, e de toda sua transformação depois que o mundo passou a cobiçar o dinheiro.

Marina disse em uma entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, que sua campanha não será patrocinada pela indústria bélica e nem a de tabaco. Discurso político ou não, o fato, para mim, é que essa acreana daria um belo estudo antropológico.

Contudo, Marina ficou muito mais conhecida como Marina Silva depois que ela deixou o cargo de ministra do meio ambiente, em 2009, pelo PT e decidiu candidatar-se a presidência da república, pelo PV. Desde então foram muitos os questionamentos, mas para ela isso já está bem resolvido: “Saí pela porta da frente porque eu entrei pela porta da frente".

*Se você tiver alguém para sugerir como perfil, manda para nós! Pode ser de alguém conhecido ou anônimo. Até lá.