Eleições 2010: Advogado do caso Eloá é candidato a deputado federal

“O que eu quero é contribuir na discussão”, diz Cardoso

Por Diego Martins
De São Paulo

Candidato vai disputar eleição
 pela legenda do PSOL

Com as eleições se aproximando, novos candidatos surgem no cenário político. Um exemplo é o advogado José Nildo Cardoso, conhecido por atuar no famoso caso de cárcere privado que causou comoção pública e movimentou a mídia brasileira no ano de 2008.

Por prestar serviços para o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente de Santo André (Cedeca), Cardoso recebeu um pedido da justiça para ser advogado da garota Nayara Rodrigues. Ela foi vítima de um tiro na boca, disparado por Lindemberg Alves, na época, ex-namorado de Eloá Pimentel.

Alves não aceitava o fim do relacionamento e por isso, fez as duas como reféns em um apartamento na periferia de Santo André. Eloá não teve tanta sorte como a amiga Nayara e foi assassinada com um tiro na cabeça.

Candidato pelo PSOL, ele não desanima por saber o quanto é difícil atingir o número de 150.000 mil votos para ser eleito deputado federal. “Pretendo conseguir 6.000 mil votos. Não estou saindo para ganhar”, relata.

Cardoso diz que no Brasil, a questão financeira pesa muito na eleição de novos candidatos e explica que essa é a vantagem dos grandes partidos. “O PSOL não recebe financiamento de empresas privadas”, avalia o advogado, que escolheu esta sigla por questão de afinidade ideológica.

Ele afirma não ter nenhum projeto de lei em mente: “Não tenho propostas. O que eu quero é contribuir na discussão”. Explica que faz um trabalho comunitário de conscientização política em uma Igreja católica, no bairro de São Mateus, na capital paulista. Para o advogado, aqui no Brasil, as pesquisas de intenção de voto influenciam no resultado da eleição. “As pessoas votam em quem tem um resultado favorável na boca de urna, para não perder o voto”, diz.

Brevemente relata que, sempre defendeu o socialismo e o comunismo, não tem uma posição formada sobre a questão do aborto, e que é totalmente favorável a democracia participativa [plebiscito]. “Se eu for eleito terei um olhar especial para isso”, conclui.