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Destaque da Semana: Um toque sobre o TOC

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Por Diego Galofero

Primeiramente algo tem que ficar claro. Esse transtorno não é a totalidade do portador. Não precisam ter pena e nem dó, é apenas mais uma limitação como muitas outras, que todos nós possuímos.

Vivemos em um mundo que “tudo é para ontem”, temos muitas escolhas, muitas alternativas, muitas possibilidades de fracassos e vitórias, vivemos ansiosos.

A ansiedade está presente em todas as áreas de nossas vidas, do profissional ao sentimental. Podemos até dizer que a “ansiedade é a madrasta do TOC.”A desinformação gera mitos, lendas e preconceitos sobre assunto.

Muito comum hoje, é escutar pessoas que possuem manias ou superstições dizerem que têm o TOC. Mas este mal vai além de repetir movimentos e pensamentos, ele traz medo, aflição, angústia entre outros. Obsessões e compulsões são características desse transtorno.

Confira partes do artigo publicado no site da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), escrito pelo Dr. Aristides Volpato Cordioli.

O que são obsessões?
Obsessões são pensamentos ou impulsos que invadem a mente de forma repetitiva e persistente. Podem ainda ser imagens, palavras, frases, números, músicas, etc. Sentidas como estranhas ou impróprias, as obsessões geralmente são acompanhadas de medo, angústia, culpa ou desprazer. O indivíduo, no caso do TOC, mesmo desejando ou se esforçando, não consegue afastá-las ou suprimi-las de sua mente. Apesar de serem consideradas absurdas ou ilógicas, causam ansiedade, medo, aflição ou desconforto que a pessoa tenta neutralizar realizando rituais ou compulsões, ou através de evitações (não tocar, evitar certos lugares).

As obsessões mais comuns envolvem:
-Preocupação excessiva com sujeira, germes ou contaminação;
-Preocupação com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento;
-Pensamentos, imagens ou impulsos de ferir, insultar ou agredir outras pessoas;
-Cenas ou impulsos indesejáveis e impróprios, relacionados a sexo (comportamento sexual violento, abusar sexualmente de crianças, falar obscenidades, etc.);
-Preocupação em armazenar, poupar, guardar coisas inúteis ou economizar;
-Preocupações com doenças ou com o corpo;
-Religião (pecado, culpa, escrupulosidade, sacrilégios ou blasfêmias);
-Pensamentos supersticiosos: preocupação com números especiais, cores de roupa, datas e horários;
-Palavras, nomes, cenas ou músicas intrusivas e indesejáveis;

O que são compulsões ou rituais?
Compulsões ou rituais são comportamentos ou atos mentais voluntários e repetitivos, executados em resposta a obsessões, ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente. Os exemplos mais comuns são: lavar as mãos várias vezes sem necessidade, fazer verificações, contar, repetir frases ou números, alinhar, guardar ou armazenar objetos sem utilidade, repetir perguntas, etc.

As compulsões aliviam momentaneamente a ansiedade associada às obsessões, levando o indivíduo a executá-las toda vez que sua mente é invadida por uma obsessão. Por esse motivo se diz que as compulsões têm uma relação funcional (de aliviar a aflição) com as obsessões. E, como são bem sucedidas, o indivíduo é tentado a repeti-las, em vez de enfrentar seus medos, o que acaba por perpetuá-los, tornando-se ao mesmo tempo prisioneiro dos seus rituais.

Nem sempre as compulsões têm uma conexão realística com o que desejam prevenir (por exemplo, alinhar os chinelos ao lado da cama antes de deitar para que não aconteça algo de ruim no dia seguinte; dar três batidas em uma pedra da calçada ao sair de casa, para que a mãe não adoeça). Nesse caso, por traz desses rituais existe um pensamento ou obsessão de conteúdo mágico, muito semelhante ao que ocorre nas superstições.

Os dois termos (compulsões e rituais) são utilizados praticamente como sinônimos, embora o termo “ritual” possa gerar alguma confusão, na medida em que praticamente todas as religiões e diversos grupos culturais adotam comportamentos ritualísticos e contagens nas suas práticas: ajoelhar-se três vezes, rezar seis ave-marias, ladainhas, rezar 3 ou 5 vezes ao dia, benzer-se ao passar diante de uma igreja. Existem rituais para batizados, casamentos, funerais, etc. Além disso, certos costumes culturais, como a cerimônia do chá entre os japoneses, o cachimbo da paz entre os índios, ou um funeral com honras militares, envolvem ritos que lembram as compulsões do TOC. Por esse motivo, há certa preferência para o termo “compulsão” quando se fala em TOC.

As compulsões mais comuns são:
-De lavagem ou limpeza;
-Verificações ou controle;
-Repetições ou confirmações;
-Contagens;
-Ordem, simetria, seqüência ou alinhamento;
-Acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis (colecionismo), poupar ou economizar;
-Compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases ou números;
-Diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar, estalar os dedos.

Compulsões Mentais
Algumas compulsões não são percebidas pelas demais pessoas, pois são realizadas mentalmente e não mediante comportamentos motores, observáveis. Elas têm a mesma finalidade: reduzir a aflição associada a um pensamento. Alguns exemplos:

-Repetir palavras especiais ou frases;
-Rezar;
-Relembrar cenas ou imagens;
-Contar ou repetir números;
-Fazer listas;
-Marcar datas;
-Tentar afastar pensamentos indesejáveis, substituindo-os por pensamentos contrários;

Fonte: www.ufrgs.br/toc/oque_toc.htm

Filmes como “Melhor Impossível”, "O Aviador” e “ Os Vigaristas” possuem personagens portadores de TOC. No seriado 'Monk' o personagem principal é um portador que pode ilustrar melhor este tema. Mas, na verdade, quis usar esse espaço porque acho que quanto mais debates forem realizados, mais fácil será a descoberta da cura e menos será o preconceito com pessoas que freqüentam psiquiatras e psicólogos. Com mais informações poderemos ajudar pessoas que gostamos e que são portadores do transtorno.

O certo a dizer é: "Como Aquiles todos temos calcanhares vulneráveis".
Destaque da Semana: Um toque sobre o TOC Destaque da Semana: Um toque sobre o TOC Reviewed by Diego Galofero on 11/10/2009 01:02:00 AM Rating: 5

2 comentários

  1. Será que neste presente século XXi descobrimos as doenças que tinhamos e não sabiamos, ou, peo contrario, criamos elas para justificar de algum jeito nossa fragilidade? (fresuras e etc)

    fica a questão! =p

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  2. Jeff, acho que uma coisa leva a outra. esse estilo de vida que levamos hoje não parece ser muito sadio...

    muito bom di, parabens!!

    ResponderExcluir

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