Por Amanda Cotrim
Todo mundo já sofreu, vivenciou ou sentiu preconceito. Por definição, segundo o dicionário, a palavra preconceito significa “Ideia (agora sem o acento) preconcebida; suspeita; intolerância”. Esse sentimento é terrível e persegue todas as pessoas.
No entanto, nobre é lutar contra ele e tentar mostrar as outras pessoas que, muitas das vezes, o ato preconceituoso é um sintoma de soberania entre uma coisa e outra, e assim, o individuo deixa transparecer que a ignorância tem um preço muito alto.
Nas diversas ideias preconcebidas que temos no dia a dia, me chamou mais atenção a intolerância lingüística. Quantas vezes não julgamos ou discriminamos uma pessoa por conta de um “vi ela” ou estou “meia triste” ?; não nos limitamos a refletir e a escrever sobre alguma coisa porque ficamos presos à partitura gramatical?
A escrita refém da norma culta limita o processo de memorização e concentração que se dá entre o ato de escrever e o de pensar.
Para exemplificar isso, no livro “Preconceito Lingüístico”, o autor Marcos Bagno fala sobre um fato muito relevante para o nosso entendimento, que diz respeito à situação sócio-política. Tudo que está fora dos dizeres da norma culta é rotulado como errado, mentiroso. "As pessoas sem instrução falam tudo errado". E, por conseqüência, acaba havendo exclusão e marginalização.
Um prova visível e escandalosa, é como o nordestino é tratado pela indústria cultural e pelos veículos de massa, a exemplo da novela e do cinema. Esse é, na maioria das vezes, sujeito rústico, atrasado, que tem uma posição socioeconômica inferior, ou, faz referência ao humor “escraxado”. Quando um ator não nordestino tenta “imitar” o sotaque, acaba por criar uma língua que nem os próprios nordestinos entendem.
Uma outra razão para se entender melhor este preconceito, refere-se no tratamento que a língua portuguesa brasileira recebe. A impressão que se tem é que essa é inferior à língua portuguesa de Portugal. A mim parece submeter o país novamente a uma posição de inferior e insuficiente, como se ainda fôssemos a colônia que é explorada e incapaz.
Segundo o autor de “Preconceito lingüístico”, toda variedade lingüística atende às necessidades de uma comunidade de seres humanos que a empregam. É por essa necessidade mutante do ser humano que “a língua é como um rio que se renova, enquanto a gramática normativa é como a água do igapó, que envelhece, não gera vida nova a não ser que venham as inundações”.
Caros leitores: vamos rever nossas concepções lingüísticas!
Que tal rever nossas concepções linguísticas? |
No entanto, nobre é lutar contra ele e tentar mostrar as outras pessoas que, muitas das vezes, o ato preconceituoso é um sintoma de soberania entre uma coisa e outra, e assim, o individuo deixa transparecer que a ignorância tem um preço muito alto.
Nas diversas ideias preconcebidas que temos no dia a dia, me chamou mais atenção a intolerância lingüística. Quantas vezes não julgamos ou discriminamos uma pessoa por conta de um “vi ela” ou estou “meia triste” ?; não nos limitamos a refletir e a escrever sobre alguma coisa porque ficamos presos à partitura gramatical?
A escrita refém da norma culta limita o processo de memorização e concentração que se dá entre o ato de escrever e o de pensar.
Para exemplificar isso, no livro “Preconceito Lingüístico”, o autor Marcos Bagno fala sobre um fato muito relevante para o nosso entendimento, que diz respeito à situação sócio-política. Tudo que está fora dos dizeres da norma culta é rotulado como errado, mentiroso. "As pessoas sem instrução falam tudo errado". E, por conseqüência, acaba havendo exclusão e marginalização.
Um prova visível e escandalosa, é como o nordestino é tratado pela indústria cultural e pelos veículos de massa, a exemplo da novela e do cinema. Esse é, na maioria das vezes, sujeito rústico, atrasado, que tem uma posição socioeconômica inferior, ou, faz referência ao humor “escraxado”. Quando um ator não nordestino tenta “imitar” o sotaque, acaba por criar uma língua que nem os próprios nordestinos entendem.
Uma outra razão para se entender melhor este preconceito, refere-se no tratamento que a língua portuguesa brasileira recebe. A impressão que se tem é que essa é inferior à língua portuguesa de Portugal. A mim parece submeter o país novamente a uma posição de inferior e insuficiente, como se ainda fôssemos a colônia que é explorada e incapaz.
Segundo o autor de “Preconceito lingüístico”, toda variedade lingüística atende às necessidades de uma comunidade de seres humanos que a empregam. É por essa necessidade mutante do ser humano que “a língua é como um rio que se renova, enquanto a gramática normativa é como a água do igapó, que envelhece, não gera vida nova a não ser que venham as inundações”.
Caros leitores: vamos rever nossas concepções lingüísticas!
Artigo da Semana: Um mal humano...
Reviewed by Amanda Cotrim
on
5/19/2009 10:04:00 AM
Rating:
Nenhum comentário
Fale com a redação: contato@portaltelenoticias.com