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Artigo da semana: Fumar para quê? Fumo, para que fumar?

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Por Amanda Cotrim

Proibidão: Cigarro agora só ao ar livre ou dentro da casa
do fumante
Agora fumar em lugares públicos e fechados será ilegal. A lei que proíbe fumantes de terem o prazerzinho de acenderem seus cigarrinhos num bar, num restaurante, num shopping, ou numa baladinha, está causando muita polêmica e discussão.

Aquele que fuma, só poderá gozar do prazer em sua casa ou na rua. Ok. Mas o que será que anda por trás dessa lei que deverá ser sancionada pelo excelentíssimo governador José Serra nos próximos dias?

Um ato que é legal passará a ser ilegítimo dentro de poucos dias no estado de São Paulo, porque, aos poucos, o governo acredita que eliminará o hábito do fumante de puxar sua nicotina e soltar a fumaça tabagista.

As justificativas são muitas, entre as mais relevantes está a de que com a “proibição” para fumar em lugares fechados, o fumante evitará o ato e isso, num contexto psicológico, inibirá a vontade, fazendo com que o viciado fume menos.

Os bares, por sua vez, estão excitados com essa situação que julgam ser absurda, afinal de contas mexerá em seus bolsos, e quando se fala em dinheiro, alguns viram o bicho!

Muito além do que repercussão de interesses financeiros, o objetivo aqui é a discussão da liberdade individual que o fumante tem de fumar em lugares destinados a ele, como, por exemplo, a área para fumantes em restaurantes; os bares que são historicamente o cenário boêmio das horas perdidas entre a cerveja, a conversa calorosa, o jogo, e claro, o cigarro; as danceterias, os shows. E o direito da pessoa que não fuma, de não inalar a fumaça alheia.

Na minha opinião o governo 'psdbista' não da ponto sem nó. Fazendo uma analogia, se lembra quando Jânio Quadros proibiu o biquíni e o lança perfume? Isso me lembrou tanto o Jânio. Em época de crise, é mais fácil inibir a percepção do cidadão de que o pãozinho que subiu, e jogar a polêmica do fumo em debates nas mesas do jantar de cada família, do que trazer a população para uma reflexão crítica do que é viver com um salário mínimo em pleno século XXI, no ano de 2009.

Desviar as atenções é uma boa estratégia política, assim como foi à campanha Cidade Limpa, que o prefeito Kassab instaurou em São Paulo. Por outro lado, essa lei vem apartar fumante e não fumante; o que já é um ato que causa descriminação e marginalização camuflada se tornará explícito assim que um cidadão mais desavisado entrar no Bar da Brahma, por exemplo, e acender seu singelo cigarretes e perceber para ele olhares de discriminação, como se este fosse um ET, ou na pior das hipóteses, um bandido que não está cumprindo a lei.

Se o ato de fumar em lugares públicos e “fechados” (coloquei fechados entre aspas, porque alguém pode ler e imaginar uma sala sem nem uma janela de escape. É, esse negócio aí da semiótica, de signo e significado é muito sério, cada qual imagina o que quer, e isso interfere na mensagem de um texto), será ilegal, então que tal legalizarmos a maconha? Assim o individuo que quiser fumar, terá a legalidade de fumar em sua casa.

Está vendo como o buraco é bem mais em baixo? Se o cara não pode fumar porque isso contraria o direito individual de uma pessoa não aceitar inalar a fumaça, então o maconheiro (sim, é o que fuma maconha), poderá ter suas “puxadinhas de jáh” livres, afinal, dentro de sua casa não incomodará o outro. Se o meu ato não prejudica ninguém, a não ser a mim mesmo, qual o problema em fumar maconha? Ok.

Estou extremista, mas se pararmos para pensar o vício da maconha e do cigarro é provido do mesmo significado: São substâncias que podem causar dependência biológica e psicológica, ou seja, são vícios, e como qualquer vicio, tem ligação direta com a saúde pública. Ou vocês imaginam que o fumante quando puder ser livre para fumar em sua residência ou na rua, não puxará o tabaco numa potência infinitamente maior do que puxaria caso estivesse em harmonia com seu cigarro? E isso será tão prejudicial quanto suas “tragadinhas” de 10 em 10 minutos.

A lei deveria harmonizar a relação fumante e não fumante, e não apartá-los. Não pararam para pensar que os pais que fumam, agora com essa lei fumaram muito mais dentro de casa, e isso trará uma referência cada vez pior para seus filhos?

Os que não fumam têm o direito de não inalarem a fumaça dos outros, mas cabe ao governo achar o equilíbrio. Fumar em restaurantes é inviável, pois, poxa vida, há comida no recinto, e segundo os próprios fumantes, não é uma boa combinação refeição e cigarro. Tem de prevalecer o bom senso. Assim como não se faz sexo em qualquer lugar, não dá (não que não possa) para fumar em qualquer lugar.

Agora, uma sugestão: Por que os não fumantes e fumantes também, não começam a requererem o direito de não inalarem CO2 dos caminhões? Respirar essa substância em lugares fechados, como túneis, mata! Antes de proibir o ato de fumar em lugares públicos e fechados, proíba o trânsito, a fumaça do caminhão, a poluição sonora na cidade de São Paulo. Proíba ter crianças passando fome. Proíba o desemprego, a violência, a falta de educação e saúde. Proíba o desrespeito com idosos; Proíba o analfabetismo; a falta de cultura e arte. Essas coisas não só matam como ferem os que vivos ficam.


Artigo da semana: Fumar para quê? Fumo, para que fumar? Artigo da semana: Fumar para quê?  Fumo, para que fumar? Reviewed by Amanda Cotrim on 4/26/2009 11:04:00 AM Rating: 5

Um comentário

  1. Não tem coisa pior do mundo que vc ir para uma balada cheiroso e voltar todo fedido de fumaça de cigarros por causa dessa gente imunda que não tem limites.
    Assino embaixo essa lei pelo menos vamos respirar aliviados um pouco.
    Em questão de mexer nos bolsos dos donos de bares isso é questão de tempo, para todos se acostumarem, pois queremos sair para bater papo, se divertir sem ter um babaca fumando nas nossas costas.

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