Notícia comentada: Estudantes se manifestam em favor do diploma de jornalismo
Por Amanda Cotrim
Brasília/DF
Nesta quarta-feira (1) manifestantes protestaram na capital federal em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a manutenção da exigência do diploma de jornalismo como requisito fundamental para o exercício da profissão.
Entre os manifestantes estavam estudantes de jornalismo, professores universitários, jornalistas e cidadãos que acreditam no jornalismo qualificado.
A manifestação aconteceu de forma pacifica e consciente pelos organizadores, sem confrontos com a polícia e nem um tipo de violência. No protesto, sons de apitos, tambores e gritos, tais como: “Supremo Tribunal Federal, o diploma é Legal”, “Liberdade de Expressão é o Diploma na mão”. E faixas que carregavam frases como: “Não aplique o dia 1º de abril aos jornalistas”, “A sociedade tem direito à informação de qualidade: Faça por você, faça pelo jornalismo brasileiro”.
Os manifestantes formaram um grupo de aproximadamente 70 pessoas, formados por estudantes das universidades PUCC (Pontifícia Universidade Católica de Campinas), Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) e UFG (Universidade Federal de Goiás), além de jornalistas e manifestantes do Ceará e do próprio Distrito Federal, que protestaram durante duas horas incansavelmente e sem parar em frente às janelas do STF.
Com o apoio de alguns jornalistas que estavam do lado de dentro do Supremo, todos cantaram juntos em favor do diploma. Esse foi um dos momentos mais bonitos da manifestação, cuja separação física se dava por uma grade entre os estudantes e os jornalistas que cobriam o julgamento do lado de dentro, porém, a integração de energias e vozes foi emocionante.
A manifestação se deu em favor da manutenção do diploma de jornalismo e contra a Lei de Imprensa que é de 1967, na qual, por exemplo, permite prender um jornalista caso o mesmo seja acusado por calúnia e difamação no período de três anos.
Segundo o presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) Sérgio Murillo de Andrade, essa lei é arbitrária e precisa ser renovada. Ele se reuniu com os manifestantes logo após o intervalo do julgamento da Lei de Imprensa concedido pelo presidente do STF Gilmar Mendes.
Para cair o diploma de jornalista, o presidente Gilmar Mendes alega que todos têm direito a liberdade de expressão e isso não se deve limitar aos jornalistas, porém, a Fenaj rebate dizendo que a manutenção do diploma não vai tirar a liberdade de expressão dos cidadãos, muito pelo contrário, ela fará com que opiniões, sugestões, protestos e todo o tipo de informação cheguem de maneira ética e responsável aos brasileiros.
Os estudantes, juntamente com o sindicato, já suspeitavam que nada fosse resolvido no mesmo dia, como é de “praxe” lá em Brasília, mas, ainda assim, fizeram-se presentes para que quando os ministros fossem votar eles se lembrarem de que existem jovens que, apesar da distância da capital federal, fizeram valer suas opiniões em prol da educação. Pois num país em que se diz prezar tanto pela educação, apesar dela não existir eficazmente, não se exigir a efetuação de um curso superior para que o sujeito fale 'de gente e para gente, é, no mínimo, contraditório e inaceitável.
Grandes veículos de comunicação, como a Folha de S. Paulo, defendem a 'não' obrigatoriedade, alegando que jornalismo se faz na prática, e que o mais importante é um profissional competente e não um diploma. Mas que tal um profissional competente e com diploma? Já outros veículos, querem a queda do diploma para não haver mais sindicatos e o piso de jornalista não ser respeitado.
Sou a favor de historiadores, filósofos, sociólogos, enfim, estudiosos da área de humanas escreverem para jornal. Acho legítimo. Mas isso não o faz jornalista. Isso faz dele, no mínimo, um colaborador importante para a eficácia de uma boa matéria.
O Jornalismo analisa o objeto, a sociedade, a partir de suas infindáveis pesquisas; e para se fazer isso é necessário ciência e sapiência! Teoria e prática! Humanização e técnica! A sociedade nos autoriza, simbolicamente, para que possamos instigar consciências, informar, incomodar... E isso, que para mim é um poder, não pode e não deve ser comedido por qualquer pessoa. Jornalistas, professores e atores de teatro, em síntese, que têm o poder da oralidade para informar pessoas e passar uma mensagem, tem que ter o filtro da consciência bem limpo, pois a palavra é uma arma!
Caso o jornalista erre, a sociedade saberá de quem cobrar, mas se não houver mais o jornalista e qualquer pessoa puder informar sem um critério de ética e responsabilidade, a sociedade irá cobrar de quem? A liberdade de imprensa termina quando a do cidadão começa, e isso ninguém muda!
Deixo uma frase: “Oh... que bobos, eles pensam que nós, jornalistas, escrevemos com as mãos”. (Antonio Maria)
Brasília/DF
Estudantes de jornalismo seguram faixa de protesto contra a queda do diploma |
Entre os manifestantes estavam estudantes de jornalismo, professores universitários, jornalistas e cidadãos que acreditam no jornalismo qualificado.
A manifestação aconteceu de forma pacifica e consciente pelos organizadores, sem confrontos com a polícia e nem um tipo de violência. No protesto, sons de apitos, tambores e gritos, tais como: “Supremo Tribunal Federal, o diploma é Legal”, “Liberdade de Expressão é o Diploma na mão”. E faixas que carregavam frases como: “Não aplique o dia 1º de abril aos jornalistas”, “A sociedade tem direito à informação de qualidade: Faça por você, faça pelo jornalismo brasileiro”.
Os manifestantes formaram um grupo de aproximadamente 70 pessoas, formados por estudantes das universidades PUCC (Pontifícia Universidade Católica de Campinas), Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) e UFG (Universidade Federal de Goiás), além de jornalistas e manifestantes do Ceará e do próprio Distrito Federal, que protestaram durante duas horas incansavelmente e sem parar em frente às janelas do STF.
Com o apoio de alguns jornalistas que estavam do lado de dentro do Supremo, todos cantaram juntos em favor do diploma. Esse foi um dos momentos mais bonitos da manifestação, cuja separação física se dava por uma grade entre os estudantes e os jornalistas que cobriam o julgamento do lado de dentro, porém, a integração de energias e vozes foi emocionante.
A manifestação se deu em favor da manutenção do diploma de jornalismo e contra a Lei de Imprensa que é de 1967, na qual, por exemplo, permite prender um jornalista caso o mesmo seja acusado por calúnia e difamação no período de três anos.
Segundo o presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) Sérgio Murillo de Andrade, essa lei é arbitrária e precisa ser renovada. Ele se reuniu com os manifestantes logo após o intervalo do julgamento da Lei de Imprensa concedido pelo presidente do STF Gilmar Mendes.
Para cair o diploma de jornalista, o presidente Gilmar Mendes alega que todos têm direito a liberdade de expressão e isso não se deve limitar aos jornalistas, porém, a Fenaj rebate dizendo que a manutenção do diploma não vai tirar a liberdade de expressão dos cidadãos, muito pelo contrário, ela fará com que opiniões, sugestões, protestos e todo o tipo de informação cheguem de maneira ética e responsável aos brasileiros.
Os estudantes, juntamente com o sindicato, já suspeitavam que nada fosse resolvido no mesmo dia, como é de “praxe” lá em Brasília, mas, ainda assim, fizeram-se presentes para que quando os ministros fossem votar eles se lembrarem de que existem jovens que, apesar da distância da capital federal, fizeram valer suas opiniões em prol da educação. Pois num país em que se diz prezar tanto pela educação, apesar dela não existir eficazmente, não se exigir a efetuação de um curso superior para que o sujeito fale 'de gente e para gente, é, no mínimo, contraditório e inaceitável.
Grandes veículos de comunicação, como a Folha de S. Paulo, defendem a 'não' obrigatoriedade, alegando que jornalismo se faz na prática, e que o mais importante é um profissional competente e não um diploma. Mas que tal um profissional competente e com diploma? Já outros veículos, querem a queda do diploma para não haver mais sindicatos e o piso de jornalista não ser respeitado.
Sou a favor de historiadores, filósofos, sociólogos, enfim, estudiosos da área de humanas escreverem para jornal. Acho legítimo. Mas isso não o faz jornalista. Isso faz dele, no mínimo, um colaborador importante para a eficácia de uma boa matéria.
O Jornalismo analisa o objeto, a sociedade, a partir de suas infindáveis pesquisas; e para se fazer isso é necessário ciência e sapiência! Teoria e prática! Humanização e técnica! A sociedade nos autoriza, simbolicamente, para que possamos instigar consciências, informar, incomodar... E isso, que para mim é um poder, não pode e não deve ser comedido por qualquer pessoa. Jornalistas, professores e atores de teatro, em síntese, que têm o poder da oralidade para informar pessoas e passar uma mensagem, tem que ter o filtro da consciência bem limpo, pois a palavra é uma arma!
Caso o jornalista erre, a sociedade saberá de quem cobrar, mas se não houver mais o jornalista e qualquer pessoa puder informar sem um critério de ética e responsabilidade, a sociedade irá cobrar de quem? A liberdade de imprensa termina quando a do cidadão começa, e isso ninguém muda!
Deixo uma frase: “Oh... que bobos, eles pensam que nós, jornalistas, escrevemos com as mãos”. (Antonio Maria)
Notícia comentada: Estudantes se manifestam em favor do diploma de jornalismo
Reviewed by Amanda Cotrim
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4/02/2009 01:01:00 PM
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Grande Amandinha, nossa correspondente em Campinas e Brasília.
ResponderExcluirMandi, vc fez uma bela defesa em favor da nossa categoria!
Ótimo seu texto, estreou muito bem!
Saudades de vc na nossa turma!
hehe..valeu, man!!
ResponderExcluirÉ evidente a necessidade da revogação da lei de imprensa, pois ela é arbitraria.
ResponderExcluirQuanto ao diploma creio que todo profissional tem que obtê-lo, independentemente da profissão.